Em meio ao ritmo da venda sazonal, o comércio de Fortaleza tem mostrado sinais de aquecimento no mês de agosto. A intenção de compra subiu 1,3 ponto percentual entre julho e agosto, saindo de 41,1% para 42,4%.
O crescimento é superior ao observado a igual período do ano anterior, quando o indicador era de 39,9%, e destaca a resiliência do consumidor fortalezense frente às flutuações econômicas.
Produtos mais desejados
Na lista de produtos mais desejados aparecem liderando os artigos de vestuário (19,7%); televisores (18,7%); móveis e artigos de decoração (17,6%); geladeiras e refrigeradores (16,4%); máquinas de lavar roupa (14,1%); calçados (11,6%); aparelhos de telefonia celular e smartphones (10,8%); fogões (8,9%).
Ticket médio
O valor médio das compras foi estimado em R$ 631,93. O maior nível de renda é preponderante na intenção de compra e mais acentuado entre os homens (45,4%), especialmente na faixa etária de 25 a 34 anos (52,3%), e entre aqueles com renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (51,9%). O levantamento é do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), da Fecomércio Ceará.
O estudo também mostra otimismo em relação à situação financeira e ao futuro: 70,6% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano; 83,8% dos entrevistados acreditam que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual; e 60,7% dos consumidores entrevistados acreditam na melhora do ambiente econômico nacional nos próximos 12 meses.
Endividamento
O endividamento do consumidor fortalezense subiu, na mesma comparação do bimestre, passando de 74,8%, em julho, para 75,3% em agosto, ficando praticamente estável com leve alta de 0,5 ponto. No ano, o endividamento se situa em 73,9%.
Dentre os endividados, a principal forma de dívida continua sendo o cartão de crédito, que representa 74,1% dos casos. Em seguida, aparecem financiamentos bancários (veículos, imóveis, etc.), com 12,4%; empréstimos pessoais, com 10,7%; carnês e crediários, com 6,0%.
Inadimplência
A pesquisa apontou ainda que o índice de consumidores com dívidas ou contas em atraso permanece praticamente inalterado, com aumento sutil de 0,1%, passando de 21,0% em julho para 21,1% em agosto. Esse índice é ainda inferior ao referente ao do mês de agosto do ano passado ( 22,8%).
80 dias de atraso
O prazo médio de atraso nas dívidas é de 80 dias, sendo as principais causas o desequilíbrio financeiro e a necessidade de postergar pagamentos. Apesar da estabilidade no endividamento, o comprometimento da renda familiar com o
pagamento de dívidas ainda é significativo, representando 43,7% da renda média, embora tenha havido uma redução de 1,5 pontos percentuais em relação a julho de 2024.
O endividamento médio dos consumidores é de R$ 1.806 com prazo médio de oito meses para o seu vencimento total. A aquisição de alimentos a prazo é mencionada por 64,5% dos entrevistados como fator para o endividamento, seguidos do aluguel residencial (25,3%), compra de itens de vestuário (23,9%) e o pagamento dos custos de saúde (23,3%).