Passagens aéreas subiram 47,24% em 2023 contra uma inflação no País de 4,62%

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Diante do debate sobre os preços elevados nas tarifas aéreas, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), emitiu nota recente afirmando que o preço de passagem aérea nos EUA subiu quase duas vezes mais do que no Brasil Foto: Agência Brasil

O que a maioria dos consumidores que busca usar o modal aéreo já sabia foi atestado pelo IBGE. Em 2023, o preço das passagens aéreas disparou 47,24%. Comparativamente, a inflação oficial do País acumulada nos 12 meses do ano passado fechou em 4,62%.

Diante do debate sobre os preços elevados nas tarifas aéreas, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), emitiu nota recente afirmando que o preço de passagem aérea nos EUA subiu quase duas vezes mais do que no Brasil. De acordo com a Associação, "o preço das passagens aéreas nos Estados Unidos registrou alta de 57% de 2019 ao primeiro semestre de 2023, quase o dobro da variação registrada no Brasil no mesmo período, de 32%".

O levantamento foi feito pela Abear, com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Bureau of Transportation Statistics, uma das agências federais de estatística, dos EUA. "No mercado norte-americano, a tarifa média subiu de R$ 338,42, em 2019, para R$ 532,56 no primeiro semestre do ano passado. Os valores considerados são nominais, sem considerar a inflação do período, e foram convertidos para real para facilitar a comparação."

Preços estruturais

“Esses dados comprovam que a pressão dos custos estruturais da aviação comercial sobre os preços das passagens aéreas não é um fenômeno exclusivo do Brasil, é um cenário que ocorre mundialmente”, afirma a presidente da Abear, Jurema Monteiro. “O levantamento também comprova a eficiência das empresas aéreas brasileiras, que apesar de serem pressionadas pelos custos conseguem oferecer tarifas competitivas num cenário global”, acrescenta.

A comparação do preço pago por quilômetro voado (yield, no jargão do setor) entre os dois países também registrou oscilações similares aos preços das tarifas aéreas. Nos EUA, esse indicador teve alta de 55,8% de 2019 ao primeiro semestre do ano passado. Já no Brasil, a variação foi de 31,2% em igual comparação. O yield no mercado americano foi de R$ 0,34 em 2019 e saltou para R$ 0,53 no primeiro semestre de 2023. No Brasil, esse indicador passou de R$ 0,32 para R$ 0,42 no mesmo período.

Judicialização

A Abear também fez acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Universidade de Brasília (UnB)  para realização de estudo sobre a judicialização no setor aéreo brasileiro. O trabalho é intitulado “Diagnóstico sobre a Judicialização do Transporte Aéreo no Brasil. As companhias aéreas também justificam que a elevada judicialização do setor representa impactos nos seus custos. 

Fluxo elevado

A demanda por viagens aéreas no mundo superou os 99% dos níveis de 2019 em novembro de 2023. O tráfego total aumentou 29,7% em comparação com novembro de 2022 e, globalmente, está agora em 99,1% dos níveis de novembro de 2019. Os dados são da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).

O tráfego doméstico, por sua vez, aumentou 34,8%. Em novembro de 2023, o tráfego doméstico total foi 6,7% acima do nível de novembro de 2019. O crescimento foi particularmente forte na China (+272%), à medida que ainda se recupera das restrições da Covid. As viagens domésticas nos Estados Unidos, beneficiando-se da forte procura no feriado de Ação de Graças, atingiram um novo máximo, com alta de 9,1% em relação a novembro de 2019.

O tráfego internacional aumentou 26,4% em relação a novembro de 2022. A região Ásia-Pacífico continuou reportando os resultados mais fortes ano após ano (+63,8%), com todas as regiões mostrando melhorias em comparação com o ano anterior. A demanda para voos internacionais atingiu 94,5% dos níveis pré-pandemia em novembro do ano passado.