Preços de alimentos continuam acelerando sem trégua; cebola é vilã da prévia de maio

cebola
Também pesou em Fortaleza e Região Metropolitana os custos elevados do grupo saúde. No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumula alta de 2,19% e, em 12 meses, de 3,70%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2023, o IPCA-15 foi de 0,61%.

A prévia da inflação ficou em 0,26% em maio, 0,28 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em abril (-0,02%). As maiores influências vieram dos grupos Saúde e cuidados pessoais, que registrou alta de 1,06%, e Alimentação e Bebidas, que acelerou 1,02%.

"Rodízio"

O consumidor enfrenta como um rodízio nas elevações de preços de alimentos básicos, que permanecem em patamares cada vez mais elevados. A despeito dos problemas de safra, se verificam repasses frequentes nos supermercados, mas que aparecem diluídos nos indicadores de inflação.

No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado hoje (28) pelo IBGE, acumula alta de 2,19% e, em 12 meses, de 3,70%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2023, o IPCA-15 foi de 0,61%.

Quem subiu mais

Seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram resultados positivos em maio. A alta nos preços em Saúde e cuidados pessoais (1,06%) teve influência dos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. Ao contrário da maioria dos grupos e da tendência nacional, que foi de alta de 0,77%, os Transportes tiveram uma queda (-0,30%) na Região Metropolitana de Fortaleza.

Cebola puxa 

No grupo Alimentação e bebidas (0,26%), a alimentação no domicílio subiu 0,22% em maio. As principais contribuições positivas foram as altas do tomate (20,39%), dos tubérculos, raízes e legumes (14,06%), do mamão (13,26%), da cenoura (13,18%) e da cebola (12,35%). No lado das quedas, destacam-se a manga (-6,35%), o camarão (-4,14%) e o óleo de soja (-4,05%). A alimentação fora do domicílio (0,30%) desacelerou em relação ao mês de abril (0,40%). O lanche (0,37%) teve queda em relação ao mês anterior (0,85%).

Gasolina pesa no País

A prévia da inflação oficial ficou em 0,44% em maio. O resultado é mais do que o dobro do mês de abril, de 0,21%, e foi puxado principalmente pelo preço da gasolina, que subiu 1,9% no período de coleta e contribuiu com 0,09 ponto percentual (p.p) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado de maio interrompe a sequência de 2 meses de queda do IPCA-15 e é o maior desde fevereiro, quando chegou a 0,78%.

No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 é de 3,70%, dentro da meta de inflação do governo de 3% com tolerância de 1,5 p.p. para mais ou para menos, e abaixo do observado nos 12 meses imediatamente anteriores, de 3,77%. Já em maio do ano passado, o índice estava em 0,51%.

Transporte e saúde

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta de preços em maio. As maiores variações vieram dos grupos saúde e cuidados pessoais (1,07%) e transportes (0,77%). No caso dos transportes, o vilão foi a gasolina, produto com maior influência da alta em toda a pesquisa.

Outro item que pressionou a prévia da inflação foram as passagens aéreas, que subiram 6,04%. Apesar desse valor nominal ser maior que o da gasolina, o impacto do combustível influencia mais o IPCA-15, pois tem um peso maior na cesta de produtos pesquisados pelo IBGE.

Já para o grupo saúde e cuidados pessoais, a alta teve influência dos produtos farmacêuticos, de 2,06%, após a autorização do governo para reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

A metodologia para cálculo do IPCA-15 é a mesma do IPCA, considerado a inflação oficial do país. A diferença é que na prévia os preços foram coletados entre 16 de abril e 15 de maio. O índice leva em consideração uma cesta de produtos e serviços para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos.

O IBGE explicou que a divulgação de maio sofreu impactos causados pelo estado de calamidade na região metropolitana de Porto Alegre, que enfrentou alagamentos em maio. Os pesquisadores precisaram intensificar a coleta por meios remotos, como telefone e internet.