Nos últimos 12 meses, a inflação dos itens básicos já atingiu 9,69% em Fortaleza, uma liderança bastante incômoda para o consumidor, a maior do País. No acumulado do semestre o custo da cesta básica chegou a 18,11%.
Ano chegou salgado
E não para por aí. Somente no primeiro trimestre de 2025, a cesta básica na Capital cearense já apresentou elevação de 7,97%, a segunda maior alta dentre as capitais pesquisadas, só ficando atrás do verificado em Salvador (8,51%). Algo que o consumidor já vem atestando a cada ida ao supermercado.
Março
Somente em março de 2025, o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Fortaleza registrou uma inflação de 2,36%.
Custo
A alta nos preços de quatro dos 12 produtos da cesta básica fez com que um trabalhador, para adquirir os produtos respeitadas as quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que desembolsar R$ 727,46.
Carestia segue
Em março, a inflação nos preços da cesta básica foi influenciada pela alta nos preços de quatro produtos da cesta, dos quais, destacam-se: o tomate (14,76%) e a banana (11,19%). Os produtos que registraram as maiores reduções em seus preços foram: o arroz (-7,21%), o óleo (-6,17%) e feijão (- 2,31%).
Semestre e 12 meses
Observando as variações semestral e anual da Cesta Básica em Fortaleza,
verifica-se que foram de 18,11% e 9,69%, respectivamente. Isto significa que a
alimentação básica em março de 2025 (R$ 727,46) está mais cara do que em setembro de 2024 (R$ 615,92) e mais cara do que em março de 2024 (R$ 663,22).
No semestre, dos produtos que compõem a Cesta Básica, os itens que sofreram as maiores elevações no preço foram o tomate (118,05%), o café (47,04%) e a carne (23,10%). Quatro itens apresentaram reduções nos preços dos quais destacam-se: o feijão (-8,41%), a farinha (-7,33%) e o arroz (-6,69%).
Na série de 12 meses, os itens que apresentaram as maiores reduções no preço foram o feijão (-26,07%), a farinha (-20,75%) e o arroz (-5,68%). Já os itens que apresentaram as maiores elevações foram o café (92,08%), a carne (29,44%) e o óleo (24,90%).
Considerando o valor e tomando como base o salário mínimo vigente no país de R$ 1.518,00 (valor correspondente a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas), pode-se dizer que o trabalhador na Capital cearense teve que despender 105h e 26 minutos de sua jornada de trabalho mensal para essa finalidade. O gasto com alimentação de uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) foi de R$ 2.182,38.
Comparando o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o
desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador fortalezense remunerado pelo piso nacional comprometeu, em março de 2025, 51,81% do seu salário para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
No País
Apenas três capitais brasileiras não apresentaram aumento no custo médio da cesta básica no mês de março. Das 17 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, somente Aracaju (-1,89%), Natal (-1,87%) e João Pessoa (-1,19%) apresentaram redução no custo médio da cesta.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), responsável pela pesquisa, as maiores elevações observadas no mês de março ocorreram nas capitais da Região Sul do país: Curitiba (3,61%), Florianópolis (3%) e Porto Alegre (2,85%).
Pesando ainda mais
Entre os maiores vilões para o aumento da cesta no mês passado estão o café, que subiu em todas as capitais analisadas, o tomate e o leite integral. Por outro lado, o preço do quilo da carne bovina de primeira caiu em 15 capitais, com exceção de João Pessoa e do Recife.
A cesta básica mais cara do País continua a ser a de São Paulo, onde o custo médio chegou a R$ 880,72. Em seguida vêm Rio de Janeiro (R$ 835,50), Florianópolis (R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64).
Aracaju a menor do NE
Já a cesta mais barata foi observada nas capitais das regiões Norte e Nordeste do país, onde a composição de produtos é diferente. Os menores valores médios foram encontrados em Aracaju (R$ 569,48), João Pessoa (R$ 626,89), no Recife (R$ 627,14) e em Salvador (R$ 633,58).
Quanto deveria ser o Mínimo
Com base na cesta mais cara, que em março foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o salário mínimo em fevereiro deveria ser de R$ 7.398,94 ou 4,87 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00.