E o café esfriou. A Starbucks não chegará a Fortaleza, pelo menos o que estava previsto agora. Foram frustradas as intenções. Conforme o blog informou ainda na noite de terça-feira (31), a SouthRock, operadora da Starbucks no Brasil, ingressou com pedido de recuperação judicial, na terça, em São Paulo. A dívida é estimada em R$ 1,8 bilhão.
Estavam previstas para este ano três lojas na Capital cearense, no Iguatemi, RioMar Fortaleza e North Shopping. Pelo menos a um empreendimento já foi solicitada quebra de contrato.
O Iguatemi Bosque confirmou, através de nota, "que recebeu oficialmente um comunicado da Starbucks acerca do cancelamento de operação de uma unidade no Shopping, em virtude da SouthRock Capital, companhia que detém o direito de operação da marca no Brasil, ter apresentado pedido de recuperação judicial".
Os demais centros de compras não formalizaram oficialmente a desistência. Com isso a expansão da Starbucks no Nordeste, anunciada em fevereiro deste ano só chegou até a Bahia.
Pedido negado
A Justiça de São Paulo negou todos os pedidos liminares da SouthRock. O juiz Leonardo Fernandes dos Santos, nomeou um administrador judicial para periciar e analisar a documentação apresentada com urgência antes de reconsiderar o pedido de falência.
Solicitação
A SouthRock Capital é a operadora dos restaurantes das marcas Starbucks e Subway no Brasil. O documento de pedido de recuperação judicial foi protocolado junto à 1ª Vara de Falências da Justiça de São Paulo. Desde 2018, houve um acordo de licenciamento com a Starbucks para ser operadora exclusiva dos restaurantes no País.
Expansão
A chegada ao Nordeste se concretizou apenas na Bahia, com loja em Salvador no Shopping Barra. No Ceará, foram anunciadas pela SouthRock lojas no Iguatemi Bosque, RioMar Fortaleza e North Shopping, "como parte da estratégia contínua de expansão no Brasil" ainda no início de 2023.
Decisões estratégicas
Em comunicado divulgado à imprensa após a entrada com o processo de recuperação judicial, a empresa justifica “proteger financeiramente algumas de suas operações no Brasil”. Acrescenta também “decisões estratégicas para ajustar seu modelo de negócio à atual realidade econômica”.
Revisão de planos
“Os ajustes incluem a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente”, disse a SouthRock. “Os desafios econômicos no Brasil resultantes da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juros elevadas agravaram os desafios para todos os varejistas, incluindo a SouthRock”, diz ainda o comunicado.
“Estas decisões são tomadas para garantir que a empresa esteja preparada para navegar no atual ciclo econômico, à medida em que reforçam o compromisso da SouthRock com os negócios em curso, com sua responsabilidade social e corporativa e com todas as partes envolvidas em meio à volatilidade do mercado”, completa.