Custo de vida: alimentos e bebidas subiram 8% contra 4,86% da inflação prévia em Fortaleza

compras
Fortaleza lidera com a maior prévia da inflação do Nordeste no acumulado de 12 meses e os carrinhos de compras no supermercados levaram menos itens alimentares com a disparada de preço desses produtos ao longo de 2024 Foto: Feepik

Bancar o preço dos alimentos que chegam aos lares tornou-se um desafio ainda maior em 2024, fato que as (os) donas (os) de casa sentiram ao ir ao supermercado em Fortaleza.

Se em 2023 o custo dos produtos foi elevado, neste ano, a alta suplantou e muito a inflação acumulada. A prévia da taxa em Fortaleza subiu 0,40% em dezembro e fechou 2024 em 4,86% na Capital cearense e Região Metropolitana contra 8% dos itens de alimentos e bebidas.

O chamado IPCA-15 na Capital cearense subiu um pouco menos que o de 2023, quando a variação acumulada fechou em 4,92%, sendo de 0,77% em dezembro, mas ainda é o maior do Nordeste. Já o IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 1,53% para o período entre outubro e dezembro deste ano.

infla

Aumentos por grupos

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, cinco tiveram alta em dezembro. Alimentação e bebidas foi responsável não só pela maior variação (1,58%) em dezembro, como também a maior variação acumulada no ano (8,00%).

Em dezembro de 2024, vale mencionar também os resultados de Despesas pessoais (1,20%) e Transportes (0,93%).

Baixas

Pelo lado negativo, o impacto mais expressivo em dezembro foi do grupo Habitação (-1,48%). Os demais ficaram entre o recuo de 0,21% de Vestuário, e o avanço de 0,22% de Comunicação.

Brasil fura teto da meta

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, fechou o ano com uma taxa de 4,71%.

O índice é semelhante ao registrado em 2023 (4,72%), ficando acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é 4,50%, diz IBGE.

Vilões à mesa

O grupo alimentação e bebidas puxou a inflação neste ano, com uma alta de preços acumulada de 8% no período. Entre os produtos com maiores aumentos no ano estão óleos e gorduras (20,42%), carnes (19,48%), frutas (14,18%), bebidas (13,11%), leites e derivados (11,10%) e cereais, leguminosas e oleaginosas (10,04%).

Em seguida, aparecem os grupos de despesa saúde e cuidados pessoais (6,03%) e educação (6,82%). Os demais grupos apresentaram as seguintes taxas: despesas pessoais (5,12%), habitação (3,44%), comunicação (2,99%), transportes (2,32%), vestuário (2,25%) e artigos de residência (0,83%).

Dezembro

O IPCA-15 registrou taxa de 0,34% em dezembro deste ano, ficando abaixo da prévia do mês anterior (0,62%) e de dezembro do ano passado (0,40%). Dos nove grupos de despesas, cinco tiveram alta na prévia de dezembro deste ano.

Segundo IBGE, alimentação e bebidas apresentou o maior impacto no mês, com taxa de inflação de 1,47%, devido a itens como óleo de soja (9,21%), alcatra (9,02%), contrafilé (8,33%) e carne de porco (8,14%).

Outros grupos de despesa com altas importantes foram despesas pessoais (1,36%) e transportes (0,46%). O grupo habitação, com uma deflação (queda de preços) de 1,32%, ajudou a frear a prévia da inflação em dezembro, puxada pela energia elétrica residencial, cujo preço recuou 5,72%, devido ao retorno da vigência da bandeira tarifária verde no primeiro dia do mês.