Bares e restaurantes: Dia dos Namorados deve ser melhor para 4 a cada 5 empresários

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73% projetam alta no faturamento no Ceará. Para 60% dos estabelecimentos, o Dia dos Namorados é considerado uma data importante ou muito importante para o faturamento Foto: Freepik

Levantamento da Abrasel revela otimismo com o Dia dos Namorados, data mais importante no ano para a maioria dos bares e restaurantes - para 60% dos estabelecimentos, o Dia dos Namorados é considerado uma data importante ou muito importante para o faturamento. 

Ceará

No setor no Ceará, de acordo com a Abrasel, 73% esperam faturar mais que no ano passado nesta data. Ou seja, quatro em cada cinco têm expectativa de desempenho melhor este ano em comparação com 2023; para 71%, o aumento deve ser de até 30% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Conforme Taiene Righetto, presidente da Abrasel no Ceará, "o Dia dos Namorados surge como uma data esperançosa para que a gente consiga melhorar um pouco o resultado das vendas. Mais de 70% dos empreendedores do setor de alimentação fora do lar esperam um aumento nessa data, com um crescimento significativo de 30% em relação ao ano passado, algo muito importante e necessário, visto que ainda no mês de abril, apenas 28% dos empreendedores fizeram lucro", diz.

"O Dia dos Namorados vem num momento que esperamos que se concretize e traga ealmente um alívio nas contas, promovendo uma melhoria nas empresas que estão operando em prejuízo. O que se espera com esta data é que esses estabelecimentos tenham um respiro e as dívidas, que ainda perduram desde a pandemia, consigam ser amenizadas", acrescenta Taiene.

Segundo a Abrasel-CE, 38% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses. 52% realizaram reajustes conforme ou abaixo da inflação e apenas 10% reajustaram acima da inflação. Além disso, 43% das empresas têm dívidas em atraso. Dessas, 80% devem impostos federais, 67% impostos estaduais, 33% empréstimos bancários, 40% encargos trabalhistas e previdenciários, 33% serviços públicos (água, gás, energia elétrica), 33% taxas municipais, 17% devem a fornecedores de insumos e 30% estão com o aluguel atrasado.

Otimismo

Em âmbito nacional, a pesquisa revelou otimismo entre os empresários, com 74% deles estimando um aumento no faturamento em comparação com a mesma data de 2023. Mais de dois terços (66%) esperam faturar até 30% a mais neste ano.

"O Dia dos Namorados é uma data crucial para muitos estabelecimentos, e estamos confiantes de que este ano trará resultados positivos na maioria do país. No entanto, é claro que temos de citar o Rio Grande do Sul, onde a situação é gravíssima e precisa de atenção", afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.

Prejuízo

Em abril de 2024, a pesquisa apontou que 26% dos estabelecimentos trabalharam com prejuízo no Brasil; em março, eram 25%. Por outro lado, 36% dos empresários reportaram lucro (estável em relação aos 35% de março), enquanto 38% ficaram em equilíbrio financeiro. A pesquisa ouviu um total de 2.748 empresários de todo o país.

Inflação

O índice de inflação acumulado entre maio de 2023 e abril de 2024, medido pelo IPCA, foi de 3,69%. Quando questionados sobre a capacidade de reajustar os preços dos cardápios para acompanhar a inflação, 18% dos empresários conseguiram reajustar os preços, mas abaixo da inflação, 34% conseguiram reajustar os preços somente para acompanhar a inflação, 10% conseguiram reajustar os preços acima da inflação e 38,0% não conseguiram reajustar os preços. "A inflação continua sendo um desafio significativo, e muitos empresários estão lutando para ajustar seus preços sem perder clientes", ressalta Solmucci.

A pesquisa também abordou a questão dos atrasos nos pagamentos, como encargos, impostos e aluguel, revelando que 40% dos empresários admitiram ter pagamentos em atraso. Entre os pagamentos em atraso, destacam-se: impostos federais (72%), impostos estaduais (53%) e empréstimos bancários (38%).

Rio Grande do Sul

Apesar do otimismo com o Dia dos Namorados, um ponto de preocupação especial da Abrasel é a situação no Rio Grande do Sul, onde muitos bares e restaurantes estão enfrentando dificuldades severas e relatam não ter condições de pagar os salários em junho.

"A situação no Rio Grande do Sul é alarmante e precisa de atenção urgente. Estamos trabalhando para encontrar soluções e apoiar os bares e restaurantes neste momento crítico", afirma Solmucci. No Rio Grande do Sul, onde foram ouvidos 131 empresários, 53% dos estabelecimentos trabalharam em prejuízo em abril, quando chuvas já castigavam o estado.

 Apenas 17% realizaram lucro. Este quadro se agravou em maio, quando as cheias tomaram várias cidades e boa parte da capital, Porto Alegre. "Mesmo os estabelecimentos que não foram diretamente atingidos pela enchentes estão com queda brutal no faturamento desde abril, por isso boa parte não terá como arcar com os salários em junho. É preciso uma ação urgente por parte das autoridades", alerta Paulo Solmucci.