A inflação em 2024 corroeu ainda mais o dinheiro do brasileiro, sobretudo os mais pobres. Em Fortaleza e Região Metropolitana, a taxa medida pelo IPCA ficou em 4,92% e superou a média do País de 4,83%, ambas furando o teto da meta.
Custo elevado
O IPCA na RMF é também a segunda maior da região Nordeste, só ficando atrás de São Luiz, que registrou um acumulado em 12 meses de 6,51%.
O IPCA de dezembro 2024, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) foi de 0,65%, ficando 0,21 ponto percentual acima da taxa de novembro (0,44%) e apresentando declínio de 0,18 ponto percentual em relação ao mês de dezembro de 2023 (0,83%). Durante todo o ano os índices verificados na Região Metropolitana de Fortaleza ficaram acima dos registrados para o Brasil, com exceção do índice de abril de 2024.
Peso no orçamento
Em Fortaleza, os agrupamentos de Habitação e de Saúde e Cuidados Pessoais apresentaram variação negativa de 0,4% e 0,31% respectivamente. As baixas foram influenciadas pelo Subgrupo Combustíveis e Energia -1,56%, pelo Subitem Produtos Farmacêuticos -0,15% e pelo Subgrupo Cuidados Pessoais -1,12%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados na Região Metropolitana de Fortaleza, os agrupamentos de Transportes e Alimentação e Bebidas apresentaram as maiores variações positivas 1,78% e 1,17%, respectivamente. As maiores influências foram dos Subgrupos Alimentação no Domicílio 1,45%, Passagem Aérea 7,68% e Transporte por Aplicativo 17,13%.
No ano, as maiores variações Em Fortaleza foram em:
Alimentação no Domicílio: 8,1%
Taxa de Água e Esgoto: 8,05%
Passagens Aéreas: -13,85%
Transporte por Aplicativos: 11,66%
Produtos Farmacêuticos: 9,53%
Planos de Saúde: 7,84%
Educação: 7,94%
Preços no Brasil
O chamado Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro foi de 0,52% no País, ficou 0,13 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de novembro (0,39%). Em dezembro de 2023, a variação havia sido de 0,56%. O IPCA fechou o ano com alta acumulada de 4,83%, apresentando uma média de um conjunto de itens e seus preços.
À exceção do grupo Habitação (-0,56%), os demais grupos de produtos e serviços tiveram alta em dezembro. A maior variação (1,18%) e o maior impacto (0,25 p.p.) vieram do grupo Alimentação e bebidas, seguido por Transportes, com alta de 0,67% e 0,14 p.p.
O grupo Vestuário (1,14%) teve a segunda maior variação em dezembro, após o recuar 0,12% em novembro.
Alimentos seguem pesando
O grupo Alimentação e bebidas teve seu quarto aumento consecutivo (1,18%) em dezembro. A alimentação no domicílio subiu 1,17%, influenciada pelas altas das carnes (5,26%), com destaque para costela (6,15%), alcatra (5,74%) e contrafilé (5,49%), além do óleo de soja (5,12%) e do café moído (4,99%). Já as quedas em destaque foram limão (-29,82%), batata-inglesa (-18,69%) e leite longa vida (-2,53%).
A alimentação fora do domicílio (1,19%) acelerou ante o mês anterior (0,88%), com a refeição (1,42%) sendo o subitem com a maior contribuição individual (0,05 p.p.), seguido do lanche com 0,96% de variação e 0,02 p.p. de contribuição.
Apps repassam alta
No grupo dos Transportes (0,67%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços do transporte por aplicativo (20,70%) e das passagens aéreas (4,54%). Os combustíveis aumentaram 0,70%, com as seguintes variações: etanol (1,92%), óleo diesel (0,97%), gasolina (0,54%) e gás veicular (0,49%).
Ainda em Transportes, a variação do ônibus urbano (-0,65%) foi influenciada pela gratuidade nas tarifas no dia 25 de dezembro em São Paulo (-3,45%). O trem (3,77%) e o metrô (3,90%) tiveram altas por conta da incorporação de gratuidades concedidas nos dias do ENEM em novembro, em São Paulo (7,07% em ambos os subitens).
No grupo Habitação (-0,56%), a energia elétrica residencial recuou 3,19%, influenciada pelo retorno, em dezembro, da bandeira tarifária verde, sem cobrança adicional nas contas. Em novembro, estava em vigor a bandeira tarifária amarela, que acrescentava R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Em Rio Branco (-4,33%), houve reajuste nas tarifas de -4,50%, a partir de 13 de dezembro.
Ainda em Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (0,70%) foi influenciada pelo reajuste de 9,83% no Rio de Janeiro (9,15%), a partir de 1º de dezembro. Já o subitem gás encanado (-0,01%) reflete a redução de 0,51% nas tarifas no Rio de Janeiro (-0,03%), com vigência a partir de 1º de novembro.