Chegou o B-R-O Bró, com o último quadrimestre de 2024 e a sensação de que o restinho do ano passa mais rápido. A partir do 1o de setembro o ritmo do fim do ano tende a correr ainda mais. É também o período conhecido como o melhor para as vendas do varejo.
Setembro já entra com o Fortaleza Liquida já em curso, trazendo o "queima" de estoques do comércio, para depois dar entrada em outubro com as novas coleções e produtos para as vendas de fim do ano. Sobretudo os setores de comércio e serviços intensificam também neste quadrimestre a maior contratação de pessoal para dar vazão à demanda por atendimento dos consumidores.
Datas fortes
Setembro inaugura também o período que segue até dezembro com importantes datas para o comércio, como Dia da Criança, Black Friday, Natal e Ano-Novo. No Ceará, os lojistas sempre projetam crescimento, tanto no faturamento quanto na movimentação de clientes em lojas de rua e shoppings nesta época.
Em outubro, virou costume, alguns estabelecimentos do comércio fortalezense já iniciarem as decorações natalinas. A ordem é fazer a clientela ir entrando no clima para as compras de fim de ano. os primeiros sinais do período são os panetones chegando aos supermercados.
Maior liquidez
Novembro vem com a primeira parcela do 13o salário, ajudando a quitar dívidas e, posteriormente, a fazer novos parcelamentos, ou mesmo pagar as compras à vista. Depois, finalmente, em dezembro, a segunda parcela do abono é destinada em boa parte a roupas novas, calçados e presentes. Para os que são mais cautelosos, sempre há quem guarde parte dos recursos para as despesas pesadas do início de ano.
Inadimplência cai
O Radar do Varejo Cearense, mostra que o número de consumidores inadimplentes no Ceará registrou uma redução de 8,2% no mês de julho deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, conforme o Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, divulgado pela FCDL-CE e pelo SPC Brasil. O mês de julho, inclusive, foi o terceiro consecutivo de recuo de consumidores negativados no Estado.
Segundo o levantamento, o quadro é bem diferente do observado ao longo de 2023, quando a inadimplência avançou a taxas elevadas, chegando a 19,2% no mês de agosto daquele ano.
"O nosso eficiente termômetro sobre as condições financeiras dos consumidores, que traz a chancela do SPC Brasil e da FCDL-CE, por conta do reflexo dos dados positivos, aponta para uma acentuada queda na inadimplência, sinalizando que dias melhores se prenunciam para o comércio cearense", comentou o presidente da FCDL, Freitas Cordeiro.
Número de dívidas
Em relação ao número de dívidas, o levantamento também mostrou que houve uma queda de 3,4%, em julho de 2024 na comparação com julho de 2023. A maior parte dessas dívidas está concentrada no setor bancário (60,9%). Na sequência, aparecem o segmento de água e luz (15,8%) e o comércio (8,8%).
Recuperação de crédito
Outro dado expressivo mostrado pelo levantamento da FCDL e SPC Brasil diz respeito ao Indicador de Recuperação de Crédito, que teve um avanço de 16,2% no período de 12 meses, encerrado em julho deste ano. Desse percentual, 55,4% recuperaram o crédito em até 90 dias.
Desemprego em baixa
A taxa de desemprego registrada no trimestre em julho deste ano (6,8%) é a menor desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014 (6,6%). É também a menor para um trimestre encerrado em julho desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Os dados da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais um fator positivo sinalizando para um fim de ano melhor.
A queda da taxa em julho foi puxada tanto pela redução da população desocupada, ou seja, aquelas pessoas que estão procurando emprego, quanto pelo aumento da população ocupada. O contingente de desocupados recuou 9,5% em relação ao trimestre anterior (encerrado em abril) e 12,8% na comparação com o trimestre encerrado em julho do ano passado, atingindo o número de 7,4 milhões de pessoas, o menor patamar para o período na série histórica.
A população ocupada, ou seja, aquela que está trabalhando, atingiu o valor mais alto para o período na série histórica: 102 milhões de pessoas. Foram altas de 1,2% no trimestre (mais 1,2 milhão de trabalhadores) e de 2,7% no ano (mais 2,7 milhões de pessoas).
O nível de ocupação, que representa o percentual de pessoas trabalhando, em relação ao total de pessoas em idade de trabalhar, chegou a 57,9%, um avanço em relação ao trimestre anterior (57,3%) e ao ano anterior (56,9%).
Setores
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na sexta-feira (30/8) que a queda da taxa de desemprego no País favorece a elevação do otimismo dos setores econômicos.
“Estou bastante satisfeito de ter chegado até aqui com os resultados que nós estamos colhendo. É gostoso ver os dados de emprego, de inflação, aquele índice de desconforto, que é a soma da inflação com o desemprego. O fato de ser o mais baixo da série histórica deixa qualquer pessoa feliz”, disse.
Queda de juros
Sobre a queda de juros, o ministro da Fazenda disse que os últimos cortes do Federal Reserve (FED, o banco central dos Estados Unidos) e do Banco do Japão trouxeram incertezas para os países emergentes, mas está confiante que a taxa Selic terá redução.
“Eu estou confiante de que [a condição para queda nos juros] atrasou, mas os ventos bons de fora vão bater à nossa porta. E nós precisamos estar preparados para não interromper esse ciclo de crescimento [da economia] que pode ser sustentável se nós não errarmos domesticamente”, acrescentou.