Com a chegada do fim do ano, aumentam as oportunidades de trabalho em diversos setores e o turismo segue a mesma tendência. A expectativa é que 76,5 mil contratações temporárias sejam realizadas em empreendimentos turísticos entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, melhor resultado para o período desde 2015, quando foram criadas 85,2 mil vagas.
O crescimento da oferta é de 7,9% em comparação ao período pré-pandemia. Atualmente, o setor emprega 3,51 milhões de trabalhadores formais. O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1.842.
Setores
Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que relevam, ainda, que o segmento de alimentação deve liderar as contratações, com 54,2 mil vagas, seguido pelo setor de transportes (10,6 mil) e hospedagem (8,4 mil). O Turismo emprega 3,51 milhões de trabalhadores formais, um crescimento de 7,9% em comparação ao período pré-pandemia.
Faturamento com o turismo
A CNC projeta que o turismo brasileiro deverá faturar R$ 157,74 bilhões entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, representando um crescimento de 1,7% em relação à temporada anterior. Esse período concentra a maior movimentação do setor e representa cerca de 44% da receita anual, crucial para a saúde financeira de empresas, principalmente micros e pequenas.
O turismo, duramente impactado pela crise sanitária de 2020, mostra sinais claros de recuperação. Após uma retração de 36,7%, o setor apresentou crescimento de 22,2% e 39,9% nos anos seguintes. Hoje, conforme o Índice de Atividades Turísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o faturamento real já supera em 6,9% os níveis pré-pandemia. São Paulo (R$ 51,4 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 19,0 bilhões) e Minas Gerais (R$ 17,2 bilhões) concentram 55,5% das receitas projetadas.
57 segmentos
O turismo envolve e impacta 57 segmentos diretos da economia e outros tantos indiretos. As festas de final de ano, aliada às férias e feriados, impactam positivamente no setor, estimulando uma maior demanda por empregos, contribuindo também, para o aumento da renda média do brasileiro.
Apenas nos últimos doze meses, de outubro de 2023 a setembro de 2024, o turismo foi responsável por contratar 200.386 pessoas com carteira assinada, representando mais de 10% do total de empregos gerados nos diversos segmentos do país, em um total de 1.839.418 vagas para o período.
Novas oportunidades
"Estamos seguindo a orientação do presidente Lula de trabalhar pensando na geração de novas oportunidades de emprego e renda, promovendo a inclusão social do nosso povo. Os recentes números do turismo confirmam que estamos no caminho certo e que nosso setor reúne todas as condições para alavancar a economia do nosso país", ressalta o ministro do Turismo, Celso Sabino.
Do total de vagas temporárias abertas durante a temporada de fim de ano, 35% serão dentro do setor de Serviços – o qual o turismo está incluindo –, de acordo com Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), que projeta que 450 mil vagas temporárias sejam criadas no último trimestre de 2024 no país.
Procura por viagens
Com o crescimento do número de passageiros, tanto em voos nacionais quanto internacionais, a CNC prevê que os turistas destinem boa parte de seus gastos a bares e restaurantes (R$ 70,67 bilhões) e transporte rodoviário (R$ 37,55 bilhões). O transporte aéreo e a hospedagem também prometem bom desempenho, impulsionados pela queda recente de 21,1% nos preços das passagens, contrastando com o aumento superior a 50% nos anos anteriores.
Estrangeiros
A presença recorde de turistas estrangeiros é outro fator de impulso. Dados do Ministério do Turismo e da Embratur indicam que 5,9 milhões de estrangeiros visitaram o Brasil entre janeiro e setembro, com destaque para argentinos (1,4 milhão), norte-americanos (464 mil) e chilenos (420 mil), que juntos representam 51% dos visitantes internacionais. Até setembro, os gastos de estrangeiros somaram US$ 3,7 bilhões, um aumento de 14,8% em relação ao ano anterior.
Segundo o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, o setor mantém trajetória ascendente. “As projeções indicam um impacto positivo contínuo do turismo na economia. As contratações nos setores de alimentação, transportes e hospedagem refletem essa recuperação e o crescimento sólido que vem se consolidando, além de melhorias salariais que elevam as condições de trabalho”, afirma Bentes.