Remédios ficam 5,06% mais caros a partir de abril; antecipe a compra para driblar

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Embora o reajuste dos medicamentos em 2025 seja menor do que o de anos anteriores, o impacto ainda é significativo, principalmente para as famílias de menor renda, que destinam grande parte do orçamento à compra de remédios Foto: Divulgação

O reajuste dos medicamentos em 2025 será de 5,06% e está chegando.De acordo com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), será de 5,06%. Esse percentual é o maior do nível 1 de reajuste. 

Driblando

O aumento entra em vigor oficialmente a partir de 31 de março, conforme estabelecido pela Lei nº 10.742/2003, que regula os preços dos medicamentos no País. Mas, as farmácias estão recomendando a compra sem reajuste até esta mesma data. Portanto, na prática, os novos preços serão praticados a partir de abril.

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Impacto

Embora o reajuste dos medicamentos em 2025 seja menor do que o de anos anteriores, o impacto ainda é significativo, principalmente para as famílias de menor renda, que destinam grande parte do orçamento à compra de remédios. Em 2024, por exemplo, o reajuste autorizado foi de 4,5%, enquanto em 2022 chegou a 10,89%.

Peso no orçamento

A alta nos preços dos medicamentos representa um peso crescente no orçamento dos brasileiros. Segundo dados do IBGE, os gastos com medicamentos representam, em média, 46% das despesas de saúde das famílias brasileiras. Para os lares de menor renda, essa proporção pode chegar a 84%.

Nos últimos 10 anos, o preço dos medicamentos mais que dobrou no Brasil. Para ilustrar, um antibiótico amplamente utilizado, como o Clavulin, custava R$ 45 em 2015 e hoje está na faixa dos R$ 95 – um aumento de mais de 110%.

Com preços cada vez mais altos, muitas pessoas precisam fazer escolhas difíceis. Segundo uma pesquisa da Gallup, 10% dos entrevistados afirmaram que, para economizar, pulam doses ou interrompem tratamentos prescritos. 

O que influencia

O reajuste é calculado com base em fatores como a inflação acumulada, os custos de produção da indústria farmacêutica, a variação cambial e o custo da energia elétrica. Também influenciam o nível de produtividade repassado ao consumidor, o ajuste de preços relativos entre setores econômicos e o mercado externo.

A CMED, vinculada à Anvisa, é responsável por estabelecer os critérios para fixação e ajuste de preços de medicamentos. Existem três níveis de classificação dos remédios para estabelecer o reajuste (veja abaixo).

Níveis de medicamentos

Nível 1: Medicamentos com menos concorrência no mercado – maior margem de reajuste (aumento de 5,06%)
Nível 2: Medicamentos com concorrência intermediária (aumento de 3,83%)
Nível 3: Medicamentos altamente concorridos – menor margem de reajuste (aumento de 2,60%)