Em fevereiro de 2025, o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Fortaleza registrou uma inflação de 1,46%. A alta nos preços de sete dos doze produtos da cesta básica fez com que um trabalhador, para adquirir os produtos respeitadas as quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que desembolsar R$ 710,66.
Considerando o valor e tomando como base o salário mínimo vigente no país de R$ 1.412,00 (valor correspondente a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas), pode-se dizer que o trabalhador teve que desprender 102h e 59 minutos de sua jornada de trabalho mensal para essa finalidade.
O gasto com alimentação de uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) foi de R$ 2.131,98.Comparando o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador fortalezense remunerado pelo piso nacional comprometeu, em fevereiro de 2025, 54,41% do seu salário para comprar os alimentos básicos para uma pessoa.
Alta persistente
A inflação nos preços da cesta básica foi influenciada pela alta nos preços de sete produtos da cesta, dos quais, destacam-se: o café (7,46%), o tomate (4,70%) e a carne (2,30%). Dentre os produtos que registraram reduções em seus preços, destacam-se: a banana (-4,21%), o óleo (-0,83%) e o leite (-0,73%).
Acumulados
Observando as variações semestral e anual da Cesta Básica em Fortaleza, verifica-se que foram de 12,72% e 13,22%, respectivamente. Isto significa que a alimentação básica em fevereiro de 2025 (R$ 710,66) está mais cara do que em agosto de 2024 (R$ 630,48) e mais cara do que em fevereiro de 2024 (R$ 627,67).
No semestre, dos produtos que compõem a Cesta Básica, os que sofreram maiores elevações nos preços foram o tomate (48,66%), o café (40,54%) e o óleo (32,18%). Quatro itens apresentaram reduções nos preços dos quais destacam-se: a banana (-15,24%), a farinha (-9,49%) e o feijão (-4,67%).
Na série de 12 meses, dos produtos que compõem a Cesta Básica, entre os itens que apresentaram reduções no preço, destacam-se: o feijão (-22,25%), a farinha (-22,16%) e a banana (-5,24%). Os itens que apresentaram as maiores elevações foram o café (84,51%), o tomate (40,87%) e o óleo (29,50%).
Maiores elevações
Entre janeiro e fevereiro de 2025, as elevações mais importantes ocorreram em Recife (4,44%), João Pessoa (2,55%), Natal (2,28%) e Brasília (2,15%). Já as reduções foram observadas em três capitais: Goiânia (-2,32%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,12%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 860,53), seguida do Rio de Janeiro (R$ 814,90), Florianópolis (R$ 807,71) e Campo Grande (R$ 773,95). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 580,45), Recife (R$ 625,33) e Salvador (R$ 628,80).
Alta em 14 capitais
A comparação dos valores da cesta, entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025, mostrou que 14 capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 1,87%, em Vitória, e 13,22%, em Fortaleza. As quedas ocorreram em Porto Alegre (-3,40%), Rio de Janeiro (-2,15%) e Belo Horizonte (-0,20%).
Nos dois primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 14 cidades, com destaque para as variações registradas no Nordeste e no Norte: Salvador (7,69%), Recife (6,29%), Fortaleza (5,48%) e Belém (5,14%). As quedas aconteceram em Porto Alegre (-1,78%), Vitória (-0,26%) e Florianópolis (-0,22%).
Com base na cesta mais cara, que, em fevereiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Salário necessário
Em fevereiro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.229,32 ou 4,76 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em janeiro, o valor necessário era de R$ 7.156,15 e correspondeu a 4,71 vezes o piso mínimo. Em fevereiro de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.996,36 ou 4,95 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.412,00.
NÚMEROS DE FEVEREIRO:
• Valor da cesta: R$ 710,66.
• Variação mensal: 1,46%.
• Variação em 6 meses: 12,72%.
• Variação em 12 meses: 13,22%.
• Jornada necessária para comprar a cesta básica: 102 horas e 59 minutos.
• Produtos com alta em relação ao mês anterior: café (7,46%), tomate (4,70%), carne (2,30%), farinha (2,10%), pão (1,39%), manteiga (1,16%) e arroz (0,67%).
• Produtos com redução em relação ao mês anterior: banana (-4,21%), óleo (-0,83%), leite (-0,73%), açúcar (-0,68%) e feijão (-0,13%).
• Percentual do salário mínimo líquido (R$ 1.404,15) para compra dos produtos da cesta básica na capital: 54,41%.
• R$ 7.229,32 é o salário mínimo necessário para uma família com 4 pessoas, o que corresponde a 4,76 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.518,00.