A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Fortaleza e Região Metropolitana subiu na passagem de setembro para outubro de 0,30% para 0,46%.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta sexta-feira, 8.
No acumulado do ano a inflação em Fortaleza atinge 3,78% e, em 12 meses, 4,97%, enquanto a nacional ficou com 3,88% no ano e 4,76% nos 12 meses, superando a meta de 4,50%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano. Nos dez primeiros meses do ano, o IPCA acumula taxa de 3,88%. O IPCA em 12 meses na Capital cearense supera a média do País.
Energia e alimentos pesam
No grupo Habitação (1,49%), o resultado foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial (3,70%), com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$7,877 a cada 100 kwh consumidos, a partir de 1º de outubro.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, a Habitação (1,49%), mesmo percentual nacional, teve maior influência nos resultados de outubro. Os demais grupos apontaram as seguintes taxas, em ordem decrescente: Artigos de residência (0,75%); Despesas pessoais (0,71%); Vestuário (0,65%); Comunicação (0,57%); Alimentação e bebidas (0,45%); Saúde e cuidados pessoais (0,37%); Educação (0,03%) e Transportes, único do grupo a mostrar uma deflação (-0,43%).
Em Alimentação e bebidas (0,45%), a alimentação no domicílio passou de 0,24% em setembro para 0,43% em outubro. Foram observados aumentos nos preços das carnes (4,76%), com destaque para os seguintes cortes: acém (8,83%), chã de dentro (6,23%) e picanha (6,17%). Altas também foram observadas no tomate (20,98%) e no café moído (4,49%). No lado das quedas, destacaram-se a manga (-28,05%), a cebola (-25,33%) e a cenoura (-4,88%).
A alimentação fora do domicílio (0,52%) registrou variação superior à do mês anterior (0,21%). O subitem lanche saiu de uma deflação de -0,06% em setembro para uma alta de 1,18% em outubro, enquanto o refrigerante e água mineral acelerou de 0,49% para 0,69%.
No grupo Transportes (-0,43%), o resultado foi influenciado principalmente pelo ônibus urbano (-5,67%); passagem aérea (-4,55%) e transporte por aplicativo (-4,54%), contribuíram também para o resultado negativo do grupo, em decorrência das gratuidades concedidas à população nos dias das eleições municipais. Ainda neste grupo, o subitem seguro voluntário de veículos, obteve um aumento de (3,97%), seguido do conserto de automóvel (2,93%). Em relação aos combustíveis (-1,24%), houve queda na gasolina (-1,44%), enquanto o óleo diesel (0,91%) e o gás veicular (2,80%) registraram altas.
Em Saúde e cuidados pessoais (0,37%), o subitem plano de saúde subiu 0,53%. Houve aplicação de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho. Desse modo, no IPCA de outubro foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto, setembro e outubro.
Brasil
O IPCA, que mede a inflação oficial, registrou taxa de 0,56% em outubro, maior que as observadas no mês anterior (0,44%) e em outubro de 2023 (0,24%). A taxa de inflação em outubro foi puxada principalmente pelos gastos com habitação e com alimentos. O grupo de despesas habitação teve alta de preços de 1,49%, influenciada pelo avanço do custo da energia elétrica, que subiu 4,74%, com a implementação da bandeira tarifária vermelha 2, a partir de 1º de outubro.
Alimentação
O grupo alimentação e bebidas teve variação de preços de 1,06%, puxada principalmente pelo aumento das carnes (5,81%). Entre os tipos de carne com altas mais elevadas destacam-se acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Outros alimentos com altas de preços foram tomate (9,82%) e café moído (4,01%).
Os transportes foram o único grupo de despesas com deflação (queda de preços): -0,38%. O resultado do grupo foi influenciado por recuos nos preços das passagens aéreas (-11,50%), trem (-4,80%), metrô (-4,63%), ônibus urbano (-3,51%), etanol (-0,56%), óleo diesel (-0,20%) e gasolina (-0,13%).