O céu é o limite? O brasileiro viu o dólar nesta terça-feira (17) chegar ao patamar recorde de R$ 6,20, mais combustível para a inflação. No fim dos negócios fechou a R$ 6,09.
Instabilidade
A moeda norte-americana seguiu em trajetória de alta, além de marcar o risco de desidratação do pacote fiscal durante a tramitação no Congresso Nacional e reação à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Já na segunda-feira (16), apesar de sucessivas intervenções do Banco Central (BC), o dólar fechou em forte alta e aproximou-se de R$ 6,10. A Bolsa de Valores caiu quase 1% e atingiu o menor nível desde o fim de junho. Abrindo a semana, a maior pressão foi a repercussão na disparada da curva de juros.
No documento divulgado nesta terça-feira (17), o Copom afirmou que a alta recente do dólar e o pacote fiscal influenciaram na decisão de elevar a taxa básica de juros, a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, diz a ata.
Corte de gastos
Tanto fatores domésticos como externos afetaram as negociações. No Brasil, os investidores continuam atentos à votação do pacote de corte de gastos, prevista para começar nesta segunda-feira em sessão extraordinária virtual da Câmara dos Deputados. Ao longo dos últimos dias, o governo liberou cerca de R$ 7 bilhões em emendas parlamentares para destravar a votação.
No mercado internacional, os investidores estão atentos à reunião do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), que nesta semana decide em quanto baixará os juros básicos dos Estados Unidos. Durante a tarde, uma declaração do presidente eleito Donald Trump de que pretende sobretaxar produtos brasileiros trouxe instabilidade ao câmbio e adicionou pressão ao dólar no Brasil.