Fortaleza fecha o semestre com a cesta básica 10,6% mais cara, apesar da deflação em junho

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No semestre, o fortalezense amargou as maiores elevações nos preços do tomate (53,53%), café (25,20%), a banana (16,59%) e o arroz (13,01%) Foto: Agência Brasil

Observando as variações semestral e anual da Cesta Básica em Fortaleza, verifica-se que houve alta de 10,62% e 5,47%, respectivamente. Significa que a alimentação básica em junho de 2024 (R$ 697,33) está mais cara que em dezembro de 2023 (R$ 630,38) e mais cara do que em junho de 2023 (R$ 661,16).

Altas de até 53%

No semestre, dos produtos que compõem a Cesta Básica na Capital cearense, três sofreram redução no preço: farinha (-5,26), óleo (-3,24) e a carne (-1,14). Os demais itens apresentaram elevações nos preços dos quais, destacam-se: o tomate (53,53%), o café (25,20%), a banana (16,59%) e o arroz (13,01%).

Na série de 12 meses, dos produtos que compõem a Cesta Básica, entre os itens que apresentaram reduções no preço, destacam-se: feijão (-17,54%), farinha (-14,29) e a carne (-4,87%). Os itens que tiveram as maiores elevações foram a banana (33,08%), arroz (27,03%), café (24,07%) e o tomate (21,84%).

Junho

Em junho de 2024, o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Fortaleza registrou uma deflação de -1,77%. A baixa nos preços de oito dos doze itens da cesta básica fez com que um trabalhador, para adquirir os produtos respeitadas as quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que desembolsar R$ 697,33.

Considerando o valor e tomando como base o salário mínimo vigente no país de R$ 1.412,00 (valor correspondente a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas), pode-se dizer que o trabalhador teve que desprender 108h e 39 minutos de sua jornada de trabalho mensal para essa finalidade.

O gasto com alimentação de uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) foi de R$ 2.091,99. Comparando o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador fortalezense remunerado pelo piso nacional comprometeu, em junho de 2024, 53,39% do seu salário para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

Deflação

A deflação nos preços da cesta básica foi influenciada pela baixa nos preços de oito produtos da cesta, dos quais, destacam-se: a farinha (-4,42%), o tomate (-3,73%), o feijão (-3,49%), a banana (-3,35%), carne (-2,23%) e o açúcar (-1,53%). Dentre os produtos que apresentaram altas de preços consideráveis está o café (10,30%) e o leite (3,20%). Apenas o óleo e a manteiga não registraram alterações de preço.

Brasil

Dez capitais brasileiras registraram, em junho,  aumento no custo médio da cesta básica. Nas demais sete capitais analisadas, houve queda no custo da cesta. A maior alta na comparação com o mês de abril ocorreu no Rio de Janeiro (2,22%), seguida por Florianópolis (1,88%), Curitiba (1,81%) e Belo Horizonte (1,18%). Já as principais quedas foram anotadas em Natal (-6,38%) e Recife (-5,75%).

Entre os vilões para o aumento no custo da cesta estão o leite integral, que ficou mais caro em 16 das 17 cidades pesquisadas, a batata e o quilo do café em pó. No caso do leite, a alta variou entre 2,80% em Natal até 12,46% em Goiânia. Já o quilo do café em pó subiu em 15 capitais, com os maiores reajustes ocorrendo em Natal (10,48%) e Fortaleza (10,30%).

Mais caro em São Paulo

A cesta mais cara do país continua sendo a de São Paulo. Em junho, o conjunto dos alimentos básicos em São Paulo custava, em média, R$ 832,69. Em seguida, aparecem as cestas de Florianópolis (R$ 816,06), Rio de Janeiro (R$ 814,38) e Porto Alegre (R$ 804,86).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 561,96), Recife (R$ 582,90) e João Pessoa (R$ 597,32).

Com base na cesta de maior custo que, em junho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário-mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o salário-mínimo, em maio, deveria ser de R$ 6.995,44 ou 4,95 vezes o mínimo de R$ 1.412,00.