Após fechar a R$ 5,66, dólar cai quase 2%, mas real já desvalorizou 15% neste ano

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A moeda norte-americana continua no maior nível desde 10 de janeiro de 2022, quando tinha fechado em R$ 5,67. A divisa acumula alta de 16,8% em 2024 Foto: Freepik

Após um dia de bastante volatilidade no mercado financeiro, quando o dólar teve pequena alta, após superar a barreira de R$ 5,70 durante o dia. Com a sequência de altas da moeda norte-americana o real já havia desvalorizou 16,8% neste ano, trazendo consequências à economia e ao dia a dia dos brasileiros.

Nesta quarta-feira (3) a moeda norte-americana perdeu força em relação ao real pela primeira vez em julho nesta quarta-feira (3) e zerou os ganhos do mês nas primeiras horas da sessão. A divisa norte-americana, que recua desde a abertura em sintonia com o exterior, opera abaixo de R$ 5,60. Ás 13h46 (horário de Brasília), a moeda atingiu a mínima intradia a R$ 5,5500 (-2,03%). 

Mesmo com a forte queda nesta quarta-feira (3), o dólar acumula alta de 15% no ano. A reversão veio após reuniões de Lula e Haddad visando reduzir o impacto da moeda norte-americana na inflação.

Em baixa

Na terça-feira (2), o dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,665, com pequena alta de 0,22%. A cotação, no entanto, acelerou-se bastante durante a sessão, chegando a R$ 5,701 na máxima do dia, por volta das 14h50. Nas horas finais de negociação, desacelerou, influenciada pelo clima favorável no mercado externo e por investidores que venderam dólares para embolsarem lucros.A moeda norte-americana continua no maior nível desde 10 de janeiro de 2022, quando tinha fechado em R$ 5,67. A divisa acumula alta de 16,8% em 2024.

O mercado externo teve um dia de alívio, com as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano recuando após dias sucessivos de alta. O presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, disse que a economia norte-americana iniciou uma trajetória de desinflação, o que animou os investidores internacionais.

Sem trégua

A trégua no mercado global não se repetiu no Brasil. O mercado reagiu, mais uma vez, a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em entrevista a uma rádio da Bahia, Lula disse que tomaria providências em relação à alta recente do dólar ante o real, mas não detalhou as medidas para evitar alertar os adversários. 

No fim da manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo pretenda reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cambial para segurar a alta do dólar.

No dia a dia

Mas a moeda norte-americana e suas oscilações não traz impacto somente no bolso do brasileiro que viaja ou deseja ir ao exterior, elevando o custo. A cotação do dólar impacta preços de itens do dia a dia, como os derivados de trigo, desde o pãozinho até outros produtos que se encontra no supermercado.

O dólar importa tanto para a economia brasileira pois é a referência monetária mundial. Assim sendo, os exportadores brasileiros preferem ampliar a corrente de comércio com produtos do País e obter um maior faturamento. É o caso, por exemplo, do café que tem subido de preço em âmbito nacional já que está indo mais para o mercado externo. Além disso, o que acontece com o dólar afeta todas as moedas.

Dólar comercial ou turismo

Existem vários tipos de cotação de dólar, mas os que mais afetam a sua vida são o comercial e o turismo. Você pode conferir em detalhes a diferença entre eles aqui, mas, em linhas gerais, cada um é usado para uma finalidade distinta.

Dólar turismo 

É o que pode ser comprado por pessoas físicas para, por exemplo, viajar. Na prática, ele costuma ser mais caro porque, entre outras coisas, o volume de cada transação é relativamente pequeno.

Dólar comercial

É aquele negociado por empresas ou instituições financeiras e usado nas compras e vendas que acontecem no mercado internacional. Ele costuma ser mais barato justamente pelo volume das transações: como empresas ou instituições movimentam grandes quantias, o preço do dólar fica menor.