Bares e restaurantes criam mais de 100 mil vagas de emprego formal em 12 meses

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Salário médio do setor de bares e restaurantes está quase 30% acima do salário-mínimo. O aumento nas vagas foi de 5,13% Foto: Divulgação

Os dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no último dia 27, mostram que o setor de bares e restaurantes tem sido um dos principais motores na criação de empregos no Brasil.

Nos últimos 12 meses, o setor gerou mais de 100 mil novos postos de trabalho formais, representando um aumento de 5,13%. Esse crescimento ressalta a importância do segmento como uma porta de entrada fundamental para o mercado de trabalho.

Salários

Complementando essa tendência positiva, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE no dia 28, revelou que o salário médio no setor chegou a R$ 2.122,00, quase 30% acima do salário-mínimo vigente. Esse aumento é um indicativo da valorização dos profissionais que atuam nos bares e restaurantes.

Agregador de mão de obra

O presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, destacou a importância dos números. "O setor se mantém robusto, adaptando-se às novas realidades e demonstrando um potencial contínuo de crescimento, tanto em termos de emprego quanto de valorização salarial. Esse cenário positivo reforça a importância de políticas de apoio e incentivo para sustentar e expandir ainda mais a contribuição do setor para a economia nacional”, afirma.

Impacto

Apesar das notícias serem positivas para a maioria dos estados, a situação permanece alarmante no Rio Grande do Sul, onde as enchentes têm prejudicado gravemente os estabelecimentos. Os resultados do Caged indicaram que, somente durante o mês de maio, o estado registrou queda de 4.226 vagas de empregos no setor de serviços, sendo dois terços (2.791) no setor de alimentação.

Solmucci reforçou que a portaria anunciada pelo Governo Federal — que prevê o pagamento de dois salários-mínimos para funcionários de empresas afetadas pelas enchentes — é insuficiente, uma vez que, para cobrir o salário integral, o empresário terá que tirar do próprio bolso, em uma situação onde o faturamento está baixo e há os custos das perdas de insumos, além de outros desafios.

Para que o número de demissões não seja ainda maior, ele reitera a necessidade de uma ação efetiva, como a reedição do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

"Estamos vendo um cenário preocupante no Rio Grande do Sul, onde mais de 4 mil vagas foram perdidas devido às enchentes e à subsequente queda no faturamento dos bares e restaurantes. A portaria atual é insuficiente para manter os empregos, pois não cobre todos os custos dos empresários. Precisamos urgentemente da reedição do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) para evitar mais demissões e garantir a sobrevivência dos negócios", afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.