Inflação de Fortaleza fecha 2023 acima da média nacional e é a maior do Nordeste: 4,88%

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Transportes, com destaque para a gasolina, alimentos e vestuário subiram mais em dezembro. NO País, a inflação oficial encerrou 2023 com alta de 4,62%, abaixo do teto da meta pela primeira vez em dois anos Foto: Freepik

A inflação em Fortaleza e Região Metropolitana fechou 2023 acima da média nacional e é a maior do Nordeste, segundo o IBGE. O índice foi de 4,88%, enquanto no País foi de 4,62%. Embora abaixo da de 2022 (5,79%), a Capital cearense pratica preços elevados.
A realidade de 2024 já começou com alimentos básicos com preços escalando. Basta uma voltinha no supermercado para constatar.

Dentro da meta no País

Um destaque é que recentemente a inflação foi ainda mais elevada e, em 2023, pela primeira vez em dois anos a inflação do País ficou abaixo do teto da meta do Banco Central. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Alta em dezembro

Em dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na Região Metropolitana de Fortaleza foi de 0,83% e ficou 0,52 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de novembro (0,31%). Em dezembro de 2022, a variação havia sido de 0,61%. O IPCA fechou o ano com alta acumulada de 4,88%. 

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em dezembro. A maior variação (2,44%) e o maior impacto (0,47 p.p.) vieram do grupo Transporte, que acelerou em relação a novembro (-0,12%). A segunda maior contribuição (0,29 p.p.) veio de Alimentação e Bebidas, com alta de 1,20%. O grupo Vestuário (1,05%) também foi destaque no mês. Os demais grupos ficaram entre a deflação de -0,36% de Artigos de residência e o 0,28% de Comunicação.

Gasolina e alimentos puxam

O grupo Transportes registrou alta de 2,44% em dezembro, após cair -0,12% em novembro. A aceleração foi influenciada pelas altas da gasolina (7,85%), automóvel novo (1,66%), emplacamento e licença (1,27%) e transporte por aplicativo (1,13%).

O grupo Alimentação e bebidas registrou alta de 1,20% em dezembro, após variação 0,18% em novembro. A alimentação no domicílio subiu 1,24%, influenciada pelas altas da maracujá (27,45%), batata-inglesa (14,81%), cebola (12,46%) e arroz (6,58%). Já o tomate recuou pelo segundo mês consecutivo (-16,95%).

No grupo Vestuário (1,05%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços dos tecidos (2,40%), bermuda/short feminino (2,37%) e uniforme escolar (2,24%).

INPC Fortaleza

O Índice de Preços ao Consumidor (INPC) registrou, na Região Metropolitana de Fortaleza, alta de 0,83% em dezembro, acima do resultado do mês anterior (0,33%). O índice acumulou aumento de 4,87% no ano, abaixo do registrado no ano anterior (6,05%). No acumulado de 2023, houve alta de 1,67% nos produtos alimentícios.

Brasil

No País, a inflação do país foi de 0,56% em dezembro. Com isso, o IPCA fechou 2023 com alta acumulada de 4,62%, dentro do intervalo da meta da inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,75% e 4,75%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Em dezembro, todos os nove grupos de produtos e serviços analisados pela pesquisa registraram alta. A maior veio de alimentação e bebidas (1,11%), grupo que acelerou em relação ao mês anterior (0,63%) e exerceu o maior impacto sobre o resultado geral (0,23 ponto percentual). Com o aumento nos preços da batata-inglesa (19,09%), do feijão-carioca (13,79%), do arroz (5,81%) e das frutas (3,37%), a alimentação no domicílio subiu 1,34%. Por outro lado, o preço do leite longa vida baixou pelo sétimo mês seguido (-1,26%).

“O aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas”, explicou, em nota, o gerente do IPCA, André Almeida.

“No caso do arroz, que registrou alta pelo quinto mês seguido, a produção foi impactada pelo clima desfavorável”, disse o pesquisador. “Já a alta do feijão tem relação com a redução da área plantada, o clima adverso e o aumento do custo de fertilizantes”, completou.

No mesmo período, a alimentação fora do domicílio (0,53%) acelerou frente ao mês anterior (0,32%), com as altas do lanche (0,74%) e da refeição (0,48%). Esses dois itens também tiveram aumento na comparação com novembro.

No grupo dos transportes (0,48%), o segundo que mais contribuiu para o índice geral 0,10 pontos percentuais (p.p), as passagens aéreas (8,87%) continuaram subindo. Dezembro foi o quarto mês seguido com variações positivas desse subitem, que representou o maior impacto individual sobre a inflação do país (0,08 p.p.). Por outro lado, todos os combustíveis pesquisados (-0,50%) tiveram deflação: óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%).

“Pelo fato de a gasolina ser o subitem de maior peso entre os 377 pesquisados pelo IPCA, com essa queda, ela segurou o resultado no índice do mês”, ressaltou André. Em dezembro, os preços desse combustível caíram pelo terceiro mês consecutivo.

Já em habitação (0,34%), que desacelerou na comparação com novembro (0,48%), os destaques foram as altas da energia elétrica residencial (0,54%), da taxa de água e esgoto (0,85%) e do gás encanado (1,25%). Os demais grupos registraram os seguintes resultados: artigos de residência (0,76%), vestuário (0,70%), despesas pessoais (0,48%) saúde e cuidados pessoais (0,35%), educação (0,24%) e comunicação (0,04%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou alta de 0,55% em dezembro, acima do resultado do mês anterior (0,10%). O índice acumulou aumento de 3,71% no ano, abaixo do registrado no ano anterior (5,93%). No acumulado de 2023, houve alta de 0,33% nos produtos alimentícios e de 4,83% nos não alimentícios. “O resultado acumulado do ano do INPC ficou abaixo do IPCA principalmente por conta do maior peso que o grupo alimentação e bebidas tem dentro da cesta”, explicou o pesquisador.

Em dezembro do ano passado, os preços dos produtos alimentícios aceleraram (de 0,57% para 1,20%). Os não alimentícios também registraram variações maiores (0,35% em dezembro contra -0,05% no mês anterior).