Enquanto mais uma queda de braço entre governo e empresários se dá, o consumidor deve sofrer o impacto mais uma vez no bolso. Além disso, a questão reverbera no Congresso Nacional.
Aumentos
A distribuidora Ipiranga enviou um comunicado à rede de revendedores informando que, a partir desta terça-feira (11), os preços de gasolina, etanol e diesel serão reajustados. Caso se concretize, mais combustível para a inflação é lançado.
Mercado livre
Nesta segunda-feira (10), entidades representativas do setor de combustíveis Brasilcom, Abicom, SindTRR, Fecombustíveis e Sindicom publicaram uma nota conjunta contra a proibição de usar créditos de PIS/Cofins de insumos para o pagamento de outros tributos federais. Segundo apontam, a medida "represará esses créditos em sua contabilidade e ainda forçará as empresas a buscar outros recursos financeiros como por meio de empréstimos". Além disso, avisam que o mercado é livre para praticar os reajustes.
Compensação PIS/Cofins
A justificativa seria “em função do efeito imediato da MP 1227/24, que restringiu a compensação de créditos tributários de PIS/Cofins”. No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na sexta-feira, 7, que a medida corrige uma distorção tributária. A medida também pode ter impacto nos preços de medicamentos e outros produtos.
De acordo com Haddad, houve “muito mal-entendido” sobre os efeitos da MP. O ministro disse que isso se deu, sobretudo, entre as indústrias, que segundo ele não serão afetadas. As empresas, por outro lado, contestam esse entendimento e preveem perdas. O governo afirma que deseja ter um sistema mais transparente para saber se a compensação dos impostos está ocorrendo na forma da lei. Clique para ler mais
Impacto no bolso
O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), por sua vez, afirma que a medida tem potencial de gerar um aumento de 4% a 7% na gasolina e de 1% a 4% no diesel na fase de distribuição. O instituto calcula que as distribuidoras possuem R$ 10 bilhões em créditos de Pis/Cofins acumulados que não poderão mais utilizar. Para o IBP, a medida impõe aumento aos custos no transporte público e no frete de cargas e alimentos.