A rede de farmácias Pague Menos anotou prejuízo de R$ 400 mil no terceiro trimestre de 2023. Em igual período de 2022, o resultado havia sido de lucro líquido de R$ 14,4 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) chegou a R$ 143,8 milhões, aumento de 41,4% acima do terceiro trimestre do ano anterior e receita bruta consolidada de R$ 3,81 bilhões. Segundo a empresa, o endividamento caiu para 2,4x o Ebitda (redução de 0,7x em relação ao 2T23).
Vendas
O crescimento em vendas de 16,2% contribuiu para incremento orgânico de market share pelo terceiro trimestre consecutivo, mesmo sem abertura de novas lojas. Além da liderança consolidada nas regiões Norte e Nordeste, a rede atingiu 4,5% de participação de mercado no Centro-Oeste, com crescimento duas vezes superior ao do mercado nessa região.
“Nossas vendas seguem acelerando desde o início de 2023”, destaca Mário Queirós, CEO da Pague Menos e Extrafarma. Houve uma expansão de 39% nos canais digitais, alcançando 12,1% das vendas consolidadas.
“Esse bom desempenho está relacionado, principalmente, ao crescimento na base de clientes, aumento na participação dos nossos canais digitais, melhoria nos indicadores de ruptura de estoque e maturação das novas safras de lojas”, reforça.
Omnichanel
Assim como em outros trimestres, a plataforma omnichannel segue contribuindo para o aumento de produtividade das lojas. “Notamos uma forte correlação entre o crescimento registrado nas lojas e o aumento na participação dos canais digitais”, explica Queirós. “Isso se deve principalmente à maior digitalização dos nossos clientes, que contribui para melhorar o gasto médio e a fidelização desse público”, complementa. No período, a proporção de clientes omnichannel atingiu 8% da base total, concentrando aproximadamente 30% das vendas no trimestre. Já o e-commerce registrou expansão de 46% em relação ao 3T22, com 55% de participação nas vendas multicanais.
Início da desalavancagem
Ao longo do trimestre, a Companhia concentrou esforços na redução de seu endividamento e chegou a 2,4x o EBITDA, queda de 0,7x em relação ao período anterior. Os principais fatores que contribuíram com esse cenário foram o aumento na geração de caixa operacional, expansão do EBITDA e aumento de capital, concluído em setembro de 2023, resultando em aporte de R$ 332 milhões. “Trata-se de uma redução significativa, mas sabemos que é apenas o início”, destaca o executivo. “Seguimos focados em diferentes ações de controle de gastos e investimentos, além da normalização do ciclo de caixa”, complementa.
Extrafarma
Com a captura de sinergias de estrutura organizacional e eficiência logística próximas do potencial mapeado, a Companhia afirma ter concluído a fase mais crítica do processo de integração com Extrafarma, iniciado em agosto de 2022. O volume de sinergias no trimestre chegou a R$ 28,3 milhões em EBITDA incremental no período, totalizando R$ 113 milhões em bases anuais. Já a margem EBITDA ajustada do portfólio Extrafarma alcançou 1,8% no trimestre, evolução considerável se comparada aos -2,5% registrados no mesmo período de 2022.
O processo de integração mostra que a compra da Extrafarma foi um movimento estratégico de grande geração de valor para a Companhia. Além de consolidar a liderança nas regiões Norte e Nordeste, possibilitou a ampliação da capilaridade e footprint na região, com crescimento consistente nas vendas omnichannel, adesão ao Clinic Farma e participação de marcas próprias. “É um diferencial difícil de ser replicado”, opina Queirós.