55% dos adultos no Brasil já preferem fazer compras online

ecommerce
Os dados são da YouGov, multinacional especializada em pesquisa de mercado on-line. A porcentagem está substancialmente acima da média geral da América Latina, que é de apenas 35,1%

Segundo dados da YouGov, multinacional especializada em pesquisa de mercado on-line, 55,1% dos adultos do país dizem que preferem comprar coisas on-line em vez de em lojas físicas. A porcentagem está substancialmente acima da média geral da América Latina, que é de apenas 35,1%. Mas o caso de amor do Brasil com o comércio eletrônico também se destaca no cenário global: em média, apenas 40,1% dos entrevistados em todo o mundo dizem que preferem fazer compras on-line, um número estatisticamente inferior ao do Brasil.

Faturamento

Entre 2019 e 2022, o valor de bens e serviços trocados on-line no Brasil totalizou R$ 450 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O valor é mais do que o dobro do registrado no período de 2016 a 2019, quando foi de apenas R$ 178,07 bilhões. O crescimento, é claro, é parcialmente explicado pela pandemia da COVID-19 e pela mudança radical no comportamento do consumidor, mas também tem a ver com o fato de que os brasileiros simplesmente adoram o comércio eletrônico.

Brasil em destaque

"De fato, o Brasil está entre os países que mais valorizam o comércio on-line. Em uma análise regional, nenhuma área geográfica tem uma porcentagem média maior do que os 55,1% do país sul-americano. E em uma comparação por país, nem mesmo mercados como Turquia, Tailândia, Índia e Indonésia, onde mais da metade das pessoas prefere o comércio on-line, superam o Brasil. Somente os consumidores da China têm mais apreço pelo comércio eletrônico (59,6% no gigante asiático dizem que preferem fazer compras on-line em vez de lojas físicas) do que os brasileiros", analisa David Eastman, diretor-geral e comercial da YouGov na América Latina.

Descontos e pechinchas

Eastman acrescenta, com base nos dados da ferramenta YouGov Global Profiles, que os brasileiros também se destacam da média global e da maioria das regiões do mundo por outras atitudes em relação ao comércio eletrônico. "Por exemplo, quatro em cada 10 consumidores do país estão convencidos de que são especialistas em encontrar descontos e pechinchas on-line, em comparação com apenas 37,6% dos consumidores globais. Além dos entrevistados na África do Sul e no restante da América Latina, os consumidores desse país também são os mais propensos a querer que todas as lojas e marcas tenham um aplicativo para facilitar as compras on-line", diz. 

Eles até parecem mais abertos do que a maioria dos consumidores globais a tecnologias que poderiam melhorar as experiências de comércio eletrônico: 52% dos brasileiros acreditam que a Realidade Aumentada tornará as compras on-line muito mais divertidas, uma porcentagem que só é menor do que a da África do Sul. E, no geral, quase sete em cada dez brasileiros estão convencidos de que o comércio eletrônico facilita a vida, um número estatisticamente maior do que a média global.

Propensão

Os brasileiros são estatisticamente muito mais propensos a usar um aplicativo para comprar um produto que gostaram on-line: 31,4% dos brasileiros fazem isso, em comparação com apenas 21,5% da população global em geral. Os brasileiros também são muito mais propensos a usar esses aplicativos para comprar um produto em uma loja física. Isso mostra que a população do país também tem uma afeição por compras omnicanal.

Favoritos em produtos e serviços

Eles também têm categorias favoritas para o comércio eletrônico. Em comparação com a média global, os brasileiros são estatisticamente mais propensos a comprar produtos financeiros, eletrodomésticos, TVs e computadores (e seus acessórios) por meio de portais on-line.

Em contraste, os brasileiros têm muito menos probabilidade do que a média global de optarem por usar portais on-line para comprar malas, jogos ou brinquedos, produtos de beleza e cuidados pessoais, bricolagem e roupas e calçados on-line. "Essas diferenças em relação à média global são especialmente importantes para as marcas com presença internacional que desejam promover seus produtos para os brasileiros e estão pensando que sua estratégia global também se aplica ao mercado local", finaliza Eastman.