Brasileiros estão gastando mais que antes, porém comprando menos itens

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47% dos consumidores buscam lugares e marcas mais acessíveis na hora de realizar as compras , de acordo com levantamento do Instituto QualiBest Foto: Freepik

Aquela sensação de estar gastando mais e levando menos corresponde à realidade. Os brasileiros estão cada vez mais conscientes quando o assunto é compras mensais ou pontuais.

Uma pesquisa do Instituto QualiBest, com 554 participantes, revelou que 47% dos consumidores estão trocando lugares ou marcas por opções mais acessíveis, com o objetivo de economizar no orçamento mensal.

Impacto no bolso

O levantamento destacou ainda que 40% dos consumidores afirmaram estarem gastando mais do que antes, porém comprando menos itens.

Hábitos no consumo

O estudo, que busca compreender os hábitos e costumes dos brasileiros com a compra de alimentos, produtos de limpeza e cuidados pessoais, apontou que 43% dos entrevistados estão buscando estabelecimentos com melhores preços, enquanto 36% pesquisam promoções antes de sair para adquirir os produtos.  

Essa preocupação em economizar também se deve por conta do encarecimento dos alimentos. Uma oferta menor de alimentos gera a elevação dos preços, prejudicando o orçamento do consumidor e colocando em risco a segurança alimentar da população de baixa renda. É importante as famílias ficarem de olho em promoções e até mesmo realizar a troca de alguns produtos sazonais para diminuir os gastos e assim evitar que entrem no vermelho.

Meios de pagamento

Em relação aos meios de pagamentos, o Pix é o mais utilizado tanto em lojas físicas (34%) quanto em online (55%), seguido do cartão de débito nos estabelecimentos físicos (24%) e o crédito (31%) no online.

Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios: “Através da consciência de gastos, os consumidores desenvolvem uma compreensão sólida sobre o dinheiro e promovem habilidades necessárias para o dia a dia”. 

“A utilização dos meios de pagamentos digitais oferecem uma maior praticidade ao brasileiro por proporcionar uma otimização de tempo. No entanto, é preciso destacar as prioridades nas compras mensais para que se tenha condições saudáveis de se manter financeiramente”, destaca Lamounier.

Aumento das compras pequenas

Outra pesquisa mostra que vem aumentando o número de consumidores que compram menos itens por vez, as compras de emergência. Em 2023, no primeiro semestre, quase metade das vendas (48,9%) eram de até 4 itens. Na sequência, estão as compras de conveniência (30%), de 5 a 11 itens, de reposição (15,2%), de 12 a 25 itens, e de abastecimento (5,9%), acima de 25 itens.

Segundo Cristiano Nobrega, CEO e cofundador da Tail by TOTVS, as compras com menos itens favorecem o varejo de proximidade, os estabelecimentos próximos ao consumidor que oferecem alguma comodidade ou benefício ao cliente.

O estudo mostra ainda a ascensão das compras da classe D, que representa 14,7% em 2023 (contra 12,7% ano passado). A classe C, por sua vez, representa mais da metade de todas as cestas, com 51,2%). As mulheres são as principais responsáveis pelas compras de mercado, 53,6% do total de consumidores (variação de 1.9 pontos percentuais no comparativo ano a ano).

Além disso, cada vez mais jovens vão ao supermercado. Isso porque os mais ativos continuam sendo os da faixa dos 31 aos 50, com 47,8%. A faixa dos 18 aos 30 anos, no entanto, sai de 16,1% em 2022 para 17,8% do total em 2023. A faixa dos 50 para mais caiu de 36% para 34,3% do total de consumidores em 2023.

Produtos

Sobre a composição das cestas, no comparativo anual, as categorias dos produtos de maior destaque permaneceram as mesmas. Lideram as compras hortaliças (5,8%), refrigerantes (5,3%), pães (4,4%), produtos de limpeza (3,7%) e frutas (3,6%).