Consumidor fortalezense: atrasos nos pagamentos e endividamento sobem

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O tempo médio de atraso para as pendências é de 76 dias, sendo o desequilíbrio financeiro a principal justificativa para o não pagamento das dívidas, seguido pela necessidade de adiar o pagamento para outras finalidades

Em março deste ano, houve um aumento para o patamar de 21,8% nas contas pendentes ou dívidas em atraso de consumidores fortalezenses, embora abaixo do mesmo período do ano anterior (24,2%). A taxa de inadimplência se situou em 9,7%. 

O perfil do consumidor com contas em atraso destaca-se entre homens, com idade entre 25 e 34 anos e renda familiar acima de dez salários-mínimos. O tempo médio de atraso para essas pendências é de 76 dias, sendo o desequilíbrio financeiro a principal justificativa para o não pagamento das dívidas, seguido pela necessidade de adiar o pagamento para outras finalidades.

Mais dívidas

Já o endividamento do consumidor em Fortaleza atingiu 73,1%, com um aumento de 0,9 pontos percentuais em relação ao mês anterior, porém, abaixo do índice registrado no mesmo período de 2023 (75,0%).

As despesas sazonais do início do ano, especialmente com educação e impostos anuais como IPVA, IPTU e Taxa do Lixo, exercem uma pressão significativa sobre as finanças familiares, conforme destaca a Pesquisa de Endividamento do Consumidor em Fortaleza, realizada pelo Sistema Fecomércio Ceará, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).

Renda comprometida

Em relação ao comprometimento da renda, os consumidores em Fortaleza destinam, em média, 47,7% da renda familiar para pagar dívidas, representando um aumento de 3,5 pontos percentuais em comparação a fevereiro deste ano e superior ao mesmo período do ano passado. 

Os principais instrumentos de crédito utilizados pelos consumidores são cartões de crédito (79,0%), financiamento bancário (15,4%), empréstimos pessoais (10,5%) e carnês/crediários (4,8%).

Os gastos correntes contribuem predominantemente para o endividamento, com destaque para a aquisição de alimentos a prazo, saúde, vestuário e custos de aluguel residencial. A taxa de inadimplência potencial apresentou uma queda de 1,4 pontos percentuais em comparação ao mês anterior, situando-se em 9,7%, com consumidores entre 25 e 34 anos e renda acima de dez salários-mínimos.

Orçamento

A pesquisa também revela que 77,2% dos consumidores em Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz de seus gastos e rendimentos, demonstrando a importância do planejamento financeiro para o controle do endividamento.

No entanto, a falta de planejamento orçamentário emerge como um problema crítico para o controle do endividamento, sendo a falta de controle dos gastos, aumento dos gastos essenciais, gastos imprevistos, compras por impulso, redução dos rendimentos e desemprego os principais fatores contribuintes.