Cartórios adotam ações que geraram R$ 9 bi em economia aos cofres públicos

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O número relativo à redução de custos é referente ao período desde 2017 e consta no relatório Cartórios em Números, da Anoreg Foto: Divulgação

Com custo bem mais baixo, redução de tempo e etapas mais curtas em pelo menos nove atos realizados pelos cartórios extrajudiciais, a desjudicialização se tornou um movimento positivo e sem volta no Brasil. 

Juntos, os casamentos homoafetivos; reconhecimentos de paternidade; reconhecimentos de paternidade socioafetiva; retificações de prenome e gênero; mudanças de prenome e inclusões de nome familiar; divórcios; separações; partilhas e inventários, geraram uma economia aos cofres públicos de quase R$ 9 bilhões desde 2007.

Maiores contribuições 

Os dados integram o mais recente lançamento da 5ª edição 2023 do documento “Cartórios em Números”, organizado pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR) e divulgado oficialmente na última segunda-feira, 22 de janeiro. 

O acordo entre as partes, que não demanda litígio e pode ser intermediado por um notário ou registrador, vem desafogando a justiça e dando celeridade aos processos que poderiam levar pelo menos dois anos e passaram a ser resolvidos entre um e 15 dias. A facilidade de acesso do cidadão aos cartórios, presente em 5.586 municípios, é outro fator importante. No Ceará, são 491 cartórios.

Na casa dos bilhões em economia para os cofres públicos estão os atos de divórcios (R$ 2,5 bi) e de inventários (R$ 5,6 bi). Em ambos os casos, o procedimento no cartório leva um dia, ao custo de R$ 324,00, e o interessado deve apresentar apenas a escritura pública.

Se o processo fosse via justiça, poderia levar no mínimo dois anos e com um custo de R$ 2.369,73 por processo, além de enfrentar sete etapas: petição inicial, contestação, réplica, fase probatória, sentença, fase recursal (1 a 3 tribunais) e cumprimento da sentença.

Já os atos de casamentos homoafetivos geraram uma economia de R$ 160 milhões; de reconhecimento de paternidade de R$ 451 milhões; de reconhecimento de paternidade socioafetiva de R$ 19 milhões; de retificação de prenome e gênero de R$ 20 milhões; de mudança de prenome e inclusão de nome familiar de R$ 37 milhões; de separação de R$ 131 milhões e partilha de R$ 156 milhões. Tudo isso realizado de forma transparente, célere e eficiente.

Confiabilidade

Segundo o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Ceará (Anoreg-CE), Cláudio Pinho, “76% das pessoas que participaram da recente pesquisa do Instituto Datafolha consideram os cartórios como os mais confiáveis no País ante outros 14 órgãos públicos e privados”. 

Os cartórios empregam 96.875 pessoas diretamente, sendo 94.696 funcionários CLTs e sem qualquer custo para o Estado. Juntos, os cartórios são, ainda, responsáveis pela criação de 2.179 postos de trabalho de funcionários estatutários.