Atos terroristas: entidades empresariais e civis reagem em repúdio

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A CNI representante do setor industrial, defende punição exemplar para os atos antidemocráticos. A CNC afirma confiar na "apuração e punição dos responsáveis pelos crimes" Foto: Agência Brasil

Grupos que não aceitam o resultado das eleições invadiram, neste domingo, o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto, e o Supremo Tribunal Federal.

Imagens transmitidas pelas emissoras de TV e pelas redes sociais mostram a depredação do patrimônio público, com quebra de vidraças, cadeiras e parte da estrutura dos prédios na Praça dos Três Poderes.

As forças de segurança federal e local não impediram a invasão dos vândalos, apesar da Força Nacional ter sido convocada para atuar no centro de Brasília depois da ameaça do ato golpista.

Esses são os grupos que, desde o fim da eleição, protestam contra a vitória de Lula e pedem um golpe militar no país para acabar com a democracia.

Notas entidades empresariais

Indústria

Em nota, a CNI defende punição exemplar para os atos antidemocráticos. O presidente da CNI afirma que a entidade é fortemente contra qualquer tipo de manifestação que não respeite o resultado das eleições presidenciais.

Acrescenta que a "Confederação Nacional da Indústria (CNI) é veementemente contra todo e qualquer tipo de manifestação antidemocrática. Os responsáveis pelos atos terroristas devem ser punidos na forma da lei de maneira exemplar".

“O Brasil elegeu seu novo presidente da República democraticamente, pelo voto nas urnas. A vontade da maioria do povo brasileiro deve ser respeitada e honrada. Tais atos violentos são manifestações antidemocráticas e ilegítimas que atacam os três Poderes de maneira vil. O governo e as instituições precisam voltar a funcionar dentro da normalidade, pois o Brasil tem um desafio muito grande de voltar a crescer, gerar empregos e riqueza e alcançar maior justiça social”, afirma Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

Comércio

Em relação à ocupação e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, neste domingo, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) manifesta o seu mais profundo repúdio aos atos antidemocráticos e reafirma o compromisso com os valores do Estado Democrático de Direito. A Confederação confia na apuração e punição dos responsáveis pelos crimes praticados contra a decisão manifesta nas urnas pela sociedade brasileira.

Universidades cearenses

Os reitores das Instituições Federais Cearenses (IFCE, UFCA) em conjunto com os reitores das Universidades Estaduais Cearenses (UECE, URCA, UVA), vêm, por meio desta nota, afirmar sua indignação, e manifestar repúdio à ação terrorista ocorrida hoje, dia 08/01/2023, em Brasília.

Ao longo da história de nossa curta redemocratização, os pleitos eleitorais - marcados por vencedores e derrotados nas urnas - têm acontecido de forma ordeira, fortalecendo a democracia nacional.

No entanto, o último processo eleitoral, ocorrido no segundo semestre de 2022, foi marcado por questionamentos infundados contra o Sistema Eleitoral Brasileiro, desferidos por grupos antidemocráticos, de caráter protofascista. Negando a legitimidade do pleito, recusaram-se a aceitar a vitória do Presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva.

Todavia, comprovando a lisura do processo eleitoral brasileiro (devidamente auditado), as mais distintas instituições e organismos nacionais e internacionais comprovaram a legitimidade e confiabilidade do pleito. As eleições de 2022 atestam que a democracia brasileira prevaleceu contra o autoritarismo e a barbarie.

Respeitar a vontade do povo, que manifestou-se democraticamente nas eleições de 2022, bem como os resultados das urnas, e obrigação de todas as brasileiras e brasileiros.

As instituições federais de ensino e as universidades estaduais do Ceará repudiam veementemente os gravíssimos atos terroristas, antidemocráticos, bárbaros e criminosos que ocorrem hoje, dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Diante da gravíssima situação que se abate sobre nossa democracia, nos unimos a todos os(as) brasileiros(as) e instituições democráticas, clamando e exigindo que os envolvidos em tal ato terrorista e de vandalismo sejam responsabilizados e punidos com o devido rigor da lei. A ordem democrática está sendo afrontada! Os sonhos de uma Nação unida estão sendo ameaçados!

Devemos nos manter firmes e intransigentes em defesa do Estado Nacional de Direito. Assinam: José Wally Mendonça Menezes - Reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE); Ricardo Luiz Lange Ness - Reitor da Universidade Federal do Cariri (UFCA); Hidelbrando dos Santos Soares - Reitor da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Izabelle Mont'Alverne Napoleão Albuquerque - Reitora da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Francisco do O°de Lima Júnior - Reitor da Universidade Regional do Cariri (URCA).

Entidades classistas

A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) repudia veementemente as ações criminosas de invasão e depredação das sedes dos três Poderes da República nesta data, na Capital Federal. Os atos atentatórios perpetrados contra o Estado Democrático de Direito estão longe de serem configurados como manifestações pacíficas e o direito de manifestação da liberdade de expressão, pelo contrário, são atos criminosos.

Faz-se necessário que os poderes da República e as instituições públicas, no escopo institucional de suas competências legais, procedam imediatamente com ações necessárias para a completa apuração e responsabilização dos envolvidos na preparação, no financiamento e na execução dos aterrorizantes atos ilícitos cometidos contra a democracia.

Por fim, a Fenafisco reitera o seu repúdio aos covardes atos criminosos contra os Poderes constituídos ao passo que externa a sua intransigente defesa do Estado Democrático de Direito.

Advogados

Entidades classistas representantes de magistrados, advogados, procuradores e peritos criminais federais divulgaram notas reprovando os atos golpistas e extremistas ocorridos neste domingo (8) na capital federal.

 

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou nota pública na qual “repudia veementemente os atentados ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF)”.

“As liberdades constitucionais de manifestação do pensamento e reunião não podem se travestir de instrumento de ataque às instituições públicas, que são essenciais ao funcionamento do Estado Democrático de Direito”, diz a nota assinada pelo presidente da entidade, Frederico Mendes Junior.

A AMB se diz “contrária aos atos de violência e depredação do patrimônio público, defendendo a imediata identificação e punição dos indivíduos que praticam tais atos”, acrescentou ao informar que “segue atenta com relação às agressões praticadas contra integrantes do Judiciário e está pronta para atuar, dentro de suas incumbências estatutárias, para assegurar a segurança e a atuação independente da magistratura.”

Rádios e TVs

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) repudia, veementemente, a violência provocada por vândalos e terroristas que invadiram os prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, neste domingo (8), e agrediram jornalistas que trabalhavam na cobertura dos atos antidemocráticos.

É inconcebível a omissão do governo do Distrito Federal em proteger os Três Poderes da República e garantir a segurança da imprensa que está nas ruas da cidade em coberturas complexas.

As invasões e atos de depredação a prédios públicos, assim como os ataques aos profissionais da comunicação são uma afronta à democracia e à Constituição Brasileira. A ABERT pede às autoridades responsáveis uma rigorosa apuração dos fatos, com a identificação e punição dos criminosos.

A ABERT é uma organização fundada em 1962, que representa 3,2 mil emissoras privadas de rádio e televisão no país, e tem por missão a defesa da liberdade de expressão em todas as suas formas.