Serviços e turismo devem crescer 8,8% em 2023, diz CNC

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Conforme dados da Anac, houve queda de 11,9% em junho deste ano nos preços das passagens aéreas, em comparação a igual mês do ano passado. Com isso, o fluxo de passageiros em voos domésticos se aproximou de 8,5 milhões de pessoas Foto: Divulgação

Em razão da aceleração do nível global de atividade deduzida com base no cenário mundial, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para cima suas expectativas referentes aos aumentos projetados para 2023.

Em alta

Para o setor de serviços, a entidade prevê alta de 4% e, para as atividades características do turismo, variação de 8,8%.

Em julho, o volume de receitas do setor de serviços avançou 0,5% em relação ao mês anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quinta-feira (14 de setembro) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta foi a terceira alta consecutiva da receita real do setor. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior, no entanto, o aumento foi maior, de 3,5%.

O volume de receitas do setor de serviços está 12,8% acima do registrado em fevereiro de 2020. “O principal responsável pelo avanço do nível de atividade econômica tem sido, desde o primeiro trimestre de 2022, o setor de serviços”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. "Além do faturamento, a empregabilidade no setor tem importância crucial no processo de retomada pós-pandemia", acrescenta.

Feriadões alavancam

O Índice das Atividades Turísticas (Iatur) apontou avanço de 0,7% em julho, no comparativo com o mês anterior. Com isso, o volume de receitas do setor é 6,2% maior do que o registrado no período imediatamente anterior ao início da pandemia. “Há exatos três anos, o setor registrava perda de quase dois terços de suas receitas mensais, na comparação com fevereiro de 2020”, lembra Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela análise.

Em abril deste ano, mesmo diante das recentes quedas, esse mesmo comparativo revelava variação positiva de 0,7%. A maior quantidade de feriados prolongados em 2023, fenômeno favorável à geração de receitas para o setor, deve contribuir para o aumento do nível de atividade do turismo. No segundo semestre, além do Dia da Independência, o Dia de Nossa Senhora Aparecida e de Finados também caem em quintas-feiras. Natal e Ano-Novo, por sua vez, serão em segundas-feiras.

O economista Fabio Bentes explica que cada feriado ou ponto facultativo prolongado tende a injetar 2,1% no volume anual de receitas do setor. Nesse sentido, a receita real das atividades turísticas pode ser positivamente impactada em até R$ 48 bilhões – valor correspondente ao faturamento de 40 dias do setor. Segundo previsão da CNC, o volume de receitas do turismo deverá encerrar 2023 com faturamento real de R$ 458 bilhões, um avanço de 8,6% em relação a 2022.

As maiores movimentações financeiras por conta dos feriadões devem se concentrar em São Paulo (R$ 16,71 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 5,62 bilhões) e Minas Gerais (R$ 5,03 bilhões). Juntas, essas três Unidades da Federação devem responder por 57% do “efeito feriadão” no turismo brasileiro até o fim de 2023.

Passagens aéreas

A tendência de queda do preço médio das tarifas de voos domésticos, que chegou a ultrapassar o valor de R$ 700 no segundo semestre de 2022, mas, em junho, estava em R$ 567, anima o setor do turismo. Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), houve queda de 11,9% em junho deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Com isso, o fluxo de passageiros em voos domésticos se aproximou de 8,5 milhões de pessoas – maior patamar da série histórica apurada pela própria agência reguladora.

No mesmo sentido, o transporte rodoviário tem avançado também em ritmo acentuado, com aumento de 8,4% em junho, puxado pelo maior fluxo de automóveis particulares (alta de 9,8%), de acordo com acompanhamento mensal da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).