Preço médio da refeição fora do lar em Fortaleza é o 2º maior do Nordeste

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Já o valor médio da refeição fora do lar no Nordeste é o 2º maior do País. O aumento em relação a 2022 foi de 8,1%. Na Capital cearense, a alta atingiu 26,6%

O preço da refeição fora de casa para o trabalhador do Nordeste é o segundo maior do Brasil, aponta pesquisa. A Região também registrou inflação maior que a média das outras áreas do Brasil no acumulado de janeiro de 2020 a março de 2023 e a aceleração nos preços foi um dos fatores que se refletiram na última pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar”, realizada pela Mosaiclab, empresa de inteligência de mercado, do grupo Gouvêa Ecosystem.

Peso no bolso

O preço médio da refeição na região Nordeste ficou em R$ 43,55, revela a pesquisa. O aumento em relação a 2022 foi de 8,1%.  Para se ter uma ideia, a inflação no Nordeste para a população de baixa renda foi de 7% no período, enquanto nas demais regiões brasileiras ficou entre 5% e 6%, na média (dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).

Maior inflação em Fortaleza

Em Fortaleza, o preço médio da refeição ficou em R$ 37,55, a alta entre 2022 e 2023 foi a segunda maior do Nordeste, da ordem de 26,6%. Só perdeu para Maceió, onde o valor médio importou em R$ 48,84, acima da média da Região, e a alta foi da ordem de 40,5%, entre este ano e o passado.

Para chegar ao preço médio foi considerada uma refeição completa composta por: prato principal, bebida não alcóolica, sobremesa e café. No total, foram coletados 5.470 preços de pratos em todo o Brasil, em estabelecimentos que  servem refeições no horário do almoço, de segunda a sexta-feira. A pesquisa foi encomendada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).

Abrangência

Em 2023, o levantamento foi realizado entre junho e agosto de 2023, em 4.516 estabelecimentos comerciais, 22 estados e o Distrito Federal. A alta da média nacional ficou 14,7% maior e relação a 2022.  No ano passado, a pesquisa foi realizada entre fevereiro e abril. É o mais importante e abrangente levantamento sobre preços de refeições fora de casa e o mais tradicional do País, realizado há mais de 20 anos.

Impacto

Ricardo Contrera, sócio-diretor da Mosaiclab, empresa responsável pela pesquisa, destaca que, apesar da alta nos preços, os estabelecimentos têm feito um grande esforço para enfrentar as oscilações da economia. Entretanto, uma série de reajustes como os dos combustíveis, gás de cozinha, energia elétrica e aluguel comerciais, obrigam o comércio a se adaptar para não ter grandes prejuízos e inviabilizar seus negócios.

A alta da taxa de juros influencia diretamente os preços nos restaurantes, explica ele. "O aumento de preços das refeições é diferente de acordo com a realidade local. Vários fatores podem influenciar tais como hábitos de consumo, dos impostos, do frete, do clima e de outros indicadores”, afirma Contrera.

Outra tendência apontada pelo estudo Crest/ Mosaiclab com consumidores de refeições fora do lar em conjunto com a pesquisa é o aumento do consumo nos dias úteis na hora do almoço nos estabelecimentos recuperando o espaço perdido ao longo da pandemia.

Gasto x salário

De acordo com o IBGE, o salário médio na região Nordeste era de R$ 1.986,00 na data em que o campo da pesquisa foi iniciado, em junho de 2023. Já o gasto médio para o trabalhador do Nordeste região consumir um prato de refeição é de R$ 685,96 (R$ 31,18 X 22 dias). Isso significa que é necessário investir cerca de 34,5% do salário médio mensal apenas com alimentação de qualidade para almoçar fora de casa.