CEOs estão mais otimistas no Brasil e no mundo, mas a reinvenção é essencial, aponta PwC

otimismo
Constatação é da PwC Consultoria na 27ª edição da Global CEO Survey. A pesquisa ouviu mais de 4.700 líderes empresariais de mais de 100 países, incluindo o Brasil

O imperativo da reinvenção dos negócios para garantir a sobrevivência no longo prazo ficou ainda mais evidente na 27ª edição da Global CEO Survey, da PwC. A pesquisa ouviu mais de 4.700 líderes empresariais de mais de 100 países, incluindo o Brasil.

Disrupção

A disrupção tecnológica (especialmente a Inteligência Artificial), as mudanças climáticas e outras megatendências pressionam as empresas. Na edição anterior, 33% dos CEOs brasileiros (39% no mundo) acreditavam que suas empresas não seriam viáveis por mais de uma década se mantivessem o mesmo rumo nos negócios. 

Nesta edição, 41% dos respondentes no Brasil e 45% no mundo manifestaram esse temor, sendo que 97% dos respondentes da pesquisa disseram ter tomado alguma medida para mudar a maneira de criar, entregar e capturar valor dos seus negócios nos últimos cinco anos.

Viabilidade

Essa preocupação dos CEOs com a viabilidade dos negócios parece não refletir em sua percepção sobre a economia: 36% dos líderes brasileiros acreditam em uma aceleração do crescimento econômico global nos próximos 12 meses (17% no ano passado). O índice é semelhante à visão dos líderes globais, 38% ante 18% em 2023.

Quando questionados sobre o crescimento econômico de seu próprio país, 55% dos brasileiros enxergam tendência de aceleração para os próximos 12 meses, enquanto a média global é de 44%.

No Brasil

O otimismo dos CEOs brasileiros quanto ao crescimento das suas próprias empresas no próximo ano diminuiu, mas ainda se destaca. O número dos CEOs do Brasil que confiam “muito” ou “extremamente” no crescimento de suas receitas caiu de 60% para 52%, ficando 15 pontos percentuais acima da média global. Na projeção para os próximos três anos, o resultado do país também é mais positivo (62%, ante 49% no mundo), ainda que o número na edição anterior fosse de 67%.

Impactos 

“Os números da pesquisa mostram que há no horizonte um ímpeto de reinvenção, principalmente quando cruzamos essa agenda com pautas como tecnologia e meio ambiente”, diz o sócio-presidente da PwC Brasil, Marco Castro. 

Globalmente, 46% dos entrevistados disseram que as mudanças tecnológicas impulsionaram “muito” ou “extremamente” transformações no modo como suas empresas geram valor nos últimos cinco anos. 

Já 56% previram o mesmo grau de impacto para os próximos três anos. Sobre as questões climáticas, os índices globais também indicam um aumento significativo da mobilização: 22% para os últimos cinco anos e 30% para os próximos três.

Tecnologia 

No Brasil, é ainda mais alta a expectativa sobre a disrupção tecnológica. “Segundo a pesquisa, 63% dos CEOs brasileiros apontam transformações na maneira de gerar valor em função dos avanços tecnológicos nos últimos cinco anos, e 72% preveem ainda mais mudanças nos próximos três anos”, afirma Castro. Outros dois fatores mostram variação considerável na comparação entre passado e futuro: mudanças nas preferências do consumidor (52% para 64%) e mudanças climáticas (19% para 29%).

Sobre as principais ameaças percebidas pelos CEOs para o próximo ano, houve mudanças significativas na comparação com a edição anterior do estudo. Em 2023, 40% dos CEOs no mundo (39% no Brasil) diziam se preocupar com a inflação, índice que caiu para 24% no mundo e 29% no Brasil em 2024 - a maior redução em pontos percentuais da lista.

Volatilidade 

A volatilidade macroeconômica foi citada por 24% dos respondentes no mundo e 31% no Brasil (ante 31% no mundo e 38% no Brasil no ano anterior). A preocupação com riscos cibernéticos entre os CEOs no mundo foi a única com registro de aumento - ainda assim, bastante tímido, de 20% para 21%. No Brasil, esse temor caiu de 27% para 25%.


Ainda que em menor grau em relação ao ano anterior,  a instabilidade macroeconômica se tornou a principal fonte de preocupação no Brasil, à frente da inflação. Globalmente, ambas estão empatadas em primeiro lugar.

Ponto a ponto

●       A 27ª edição da Global CEO Survey ouviu mais de 4,7 mil CEOs em mais de 100 países, incluindo o Brasil

●       O estudo revela o desafio da reinvenção e o que é preciso para garantir a viabilidade dos negócios no longo prazo

●       A proporção de CEOs otimistas sobre o crescimento global dobrou de 18% para 38%, enquanto diminuíram os temores relacionados à inflação e à volatilidade macroeconômica

●        Brasileiros confiam mais nas perspectivas da economia do país do que nas globais

●       O otimismo não se reflete na confiança nos negócios: 41% dos CEOs no Brasil e 45% no mundo não acreditam que suas empresas sobreviverão na próxima década se mantiverem o rumo atual - uma alta em relação à edição anterior da pesquisa

●       CEOs esperam que a disrupção tecnológica, especialmente a IA, e as mudanças climáticas trarão um impacto maior nos negócios nos próximos três anos do que nos últimos cinco

●       70% preveem que a IA generativa mudará a maneira como seus negócios criam valor nos próximos três anos

●       Quatro em cada dez CEOs dizem ter aceitado retornos mais baixos sobre investimentos favoráveis ao meio ambiente