
Capacidade
88% das mulheres empreendedoras utilizam canais de venda online, principalmente o WhatsApp (74%) e as redes sociais (57%). Os canais de venda física representam 44%, sendo que 22% possuem escritório/loja e 20% vão até o cliente, o famoso “de porta em porta”. Essa é uma face dos negócios que a pandemia impulsionou, com o crescimento do canal online no Brasil.
Sozinhas
Empreender é uma atividade solitária para a maioria das mulheres empreendedoras: 86% das entrevistadas afirmam que administram sozinhas a empresa, percentual que é maior entre as mulheres das classes C/D/E (89%) e donas de negócios não formalizados (92%).
Apenas 9% têm outras sócias mulheres e 4% sócios homens ou homens e mulheres.
A grande dificuldade relatada pelas empreendedoras é a conciliação dos “papéis” desempenhados pela mulher: ser empreendedora, dona de casa e mãe.
Mais especificamente: 38% responderam que seu principal desafio ao empreender era “conciliar a vida profissional com as tarefas domésticas” e 34% que era “conciliar a vida profissional com o cuidado dos filhos/família”.
Capacidade
O preconceito quanto à capacidade das mulheres de ocuparem uma posição de chefia e liderança (16%) e o de que as mulheres são “menos capazes” dos que os homens (15%) também foram destacados pelas entrevistadas.
Apesar das dificuldades relacionadas ao lar e ao preconceito, mais da metade das empreendedoras (51%) concorda que também há vantagens das mulheres em relação aos homens, principalmente: a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo (58%), serem mais atentas aos detalhes da empresa (53%), serem mais organizadas (52%) e mais criativas (50%).
Essa divisão é também observada na propensão que as empresárias têm de contratar outras mulheres. Entre as que possuem funcionários, aproximadamente metade prefere contratar outras mulheres (50%), sendo que para 29% essa é apenas uma preferência, porém não é determinante, e para 21% esse é um requisito importante.
Dados
Todas as informações são de estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em parceria com o Sebrae, aponta que as vendas pela internet possuem uma expressiva participação no negócio das mulheres empreendedoras do País.
Profissionalização necessária
Apesar do uso frequente das ferramentas de venda, especialmente as digitais, é notório que a maioria dos negócios das mulheres ainda necessita de profissionalização. Praticamente nenhuma tem uma equipe profissional para cuidar do marketing da empresa, sendo que elas próprias acabam assumindo essa responsabilidade (95%).
Além disso, ainda é baixo o número de empresárias que investe financeiramente em algum canal de divulgação para atração de clientes, menos da metade faz isso (42%). Entre as que fazem, o uso mais frequente é o impulsionamento nas redes sociais (23%). Trata-se de uma modalidade relativamente barata e que ajuda as empresárias a prospectar novos clientes. Por outro lado, 58% não investem em nenhum canal.
“As empresas tiveram que se adaptar rapidamente durante a pandemia e os pequenos varejistas encontraram nas redes sociais uma saída para continuar atendendo a sua clientela. E diante da crise essa adaptação foi realizada na maioria das vezes sem capital e sem capacitação, sendo feita diretamente pelos empreendedores e empreendedoras”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Os desafios em relação à gestão dos negócios também ganham destaque na pesquisa. Embora 77% das empreendedoras adotem alguma prática de gestão para melhor conduzir o negócio, menos da metade faz controle de caixa (45%), controle de vendas (30%) e planejamento estratégico (17%). Já 23% admitem não adotar nenhuma prática.