A inflação oficial medida pelo IPCA desacelerou em Fortaleza em março, passando de 1,03% em fevereiro para 0,32%, abaixo da média nacional de 0,56%.
No primeiro trimestre de 2025 a alta do custo de vida foi de 1,47% na Capital cearense e Região Metropolitana e nos últimos 12 meses acumula 4,57%, enquanto no País é de 5,48%.
O consumidor não sente alívio.Pelo contrário, o reajuste dos combustíveis inesperado em Fortaleza levou o preço do litro da gasolina comum na maioria dos postos a R$ 6,49 e até R$ 6,69 em abril e haverá ainda o impacto do reajuste de energia elétrica no Ceará, por ser definido na próxima semana e com vigência em 22 de abril.
Brasil acumula 2,04% no ano
No País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março foi de 0,56%, ficando 0,75 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de fevereiro (1,31%). Esse foi o maior IPCA para um mês de março desde 2003 (0,71%). Portanto, em dois anos.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,04% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,48%, acima dos 5,06% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2024, a variação havia sido de 0,16%.
Altas generalizadas nos grupos
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva na passagem de fevereiro para março, ficando entre o 0,10% do grupo Educação e o 1,17% do grupo Alimentação e bebidas, responsável pelo maior impacto (0,25 p.p.) no índice do mês, respondendo por cerca de 45% do IPCA de março.
Alimentação
O grupo Alimentação e bebidas acelerou de 0,70% em fevereiro para 1,17% em março, com a alimentação no domicílio registrando 1,31%. Contribuíram para esse resultado as altas do tomate (22,55%), do ovo de galinha (13,13%) e do café moído (8,14%). No lado das quedas destacam-se o óleo de soja (1,99%), o arroz (1,81%) e as carnes (1,60%).
A alimentação fora do domicílio (0,77%) também acelerou em relação ao mês de fevereiro (0,47%), com os subitens refeição (0,86%) e cafezinho (3,48%) mostrando variações superiores às observadas no mês anterior (0,29% e 0,47%, respectivamente). O lanche (0,63%) desacelerou em relação a fevereiro (0,66%).
Em Despesas pessoais (0,70%), grupo com a segunda maior variação no mês, o resultado foi influenciado pelo subitem cinema, teatro e concertos (7,76%), com o fim da semana do cinema que ocorreu em fevereiro.
No grupo Vestuário (0,59%), houve aumento nos calçados e acessórios (0,65%), na roupa feminina (0,55%), na roupa masculina (0,55%) e na roupa infantil (0,29%).
Passagem aérea e gasolina sobem
No grupo dos Transportes (0,46%), o resultado foi influenciado pelo aumento da passagem aérea (6,91%) e dos combustíveis (0,46%), que desaceleraram em relação ao mês de fevereiro (2,89%).
A gasolina variou 0,51% ante os 2,78% do mês anterior, o óleo diesel 0,33% ante 4,35% e o etanol 0,16% ante 3,62%. Apenas o gás veicular acelerou de -0,52% em fevereiro para 0,23% em março.
Ainda em Transportes, o resultado do ônibus urbano (-1,09%), além de contemplar o reajuste de 4,17% nas tarifas em Porto Alegre (0,21%), a partir de 31 de março, reflete as reduções de 2,15% em Curitiba em razão da tarifa promocional de metade do valor aos domingos e feriados e de Brasília (-24,18%), dada a decretação de tarifa zero aos domingos e feriados, a partir de 1º de março, válida também para o metrô (-1,68%).
Houve também aumento no táxi (0,23%) em razão de reajustes de 14,88% em Aracaju (9,46%), a partir de 11 de março e de 10,91% em Porto Alegre (0,32%), vigente desde 31 de março.
No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,43%), as maiores contribuições vieram do plano de saúde (0,57%) e da higiene pessoal (0,51%).
Habitação
O grupo Habitação, que havia registrado alta de 4,44% em fevereiro, variou 0,24% em março. A energia elétrica residencial, subitem de maior peso no grupo, desacelerou dos 16,80% do mês anterior para 0,12% em março. Compõem a variação, além do reajuste de 1,37% em uma das concessionárias do Rio de Janeiro (-0,79%), vigente desde 15 de março, os aumentos e reduções nas alíquotas de Pis/Cofins das concessionárias.